
Juca Kfouri talvez seja o maior exemplo, hoje, do cronista esportivo que abdica do dever de escrever sobre assunto a que se propõe.
É assim desde os anos da democracia corinthiana, mas tornou-se irritante de uma década e meia para cá.
Acompanho-o desde a época da revista Placar.
Lia-o na Folha de São Paulo, assistia-o na ESPN e leio o blog no qual escreve.
Na ESPN, Juca começou a voltar suas baterias para o mundo político.
Ele e José Trajano transformaram os programas da ESPN, principalmente o Linha de Passe, numa mesa redonda na qual os laivos “progressistas” dos dois davam o tom do programa, que, por isso, foi ficando chato e maçante, porquanto estar interessado em debater mais política e menos futebol.
Ora, quem liga a TV para assistir a programa de esporte quer ver programa de esporte.
Se quiser assistir a programa de política, o sujeito muda de canal.
Foi, parece, o que muitos telespectadores fizeram.
A ESPN caiu no ibope, sendo obrigada a fazer uma reforma nos quadros.
José Trajano foi demitido, mas não resolveu, de todo, o problema, pois Juca continuava lá e a emissora ainda trouxe um ou outro engajado para aporrinhar os telespectadores.
Uma segunda reforma varreu da emissora os últimos resquícios de engajamento político, a grade de programação foi refeita e os programas passaram a fazer esporte, afinal o canal a isso se dedica.
Enquanto isso, Juca Kfouri segue, amargo, dedicando-se cada vez mais ao noticiário político e menos ao futebol.
De leitor assíduo dele, tornei-me leitor casual.