Após três anos, Drauzio Varella diz que sente por família da vítima no caso Suzy

10 de Outubro 2024 - 09h31
Créditos: Reprodução UOL

 

Drauzio Varella rememorou o polêmico abraço na detenta Suzy Oliveira, durante reportagem para o Fantástico, em 2020. Ao Alt Tabet, do Canal UOL, ele disse que não sabia na época que Suzy estava presa por estuprar e matar uma criança de 9 anos e afirmou que se sentiu mal por ter gerado desconforto na família do menino.

Varella explicou que nos 35 anos em que atende detentos em presídios, ele "nunca" abraçou um preso por entender "que não cabe esse tipo de relação entre os médicos e os pacientes encarcerados". Entretanto, no caso de Suzy, o médico diz que o episódio foi diferente porque ele não estava lá como médico e que o abraço foi dado ao final da entrevista devido a forma como a presa olhou para ele.

"Esse caso foi diferente porque estávamos fazendo uma matéria para o Fantástico, não estava lá como médico nesse momento, e essa moça estava presa, não sabia o crime que ela havia cometido [...] Estávamos gravando, terminou a gravação, ela me olhou de um jeito, com uma tristeza no olhar que me comoveu naquele momento, só que o câmera não tinha desligado a câmera, isso não fazia parte da conversa, e aí aconteceu o que aconteceu [o abraço]", Drauzio Varella.

O médico classificou a repercussão do caso como "uma coisa absurda na internet" e destacou que não buscou se eximir. "Eu imediatamente gravei um vídeo assumindo total responsabilidade, não sabia o crime que ela tinha cometido, que [a matéria] foi feita assim e que era responsabilidade minha, não era do câmera, da produtora, era minha porque eu nunca tinha feito isso [abraçado um detento/a]".

Drauzio afirmou que não se chateou pelas críticas nas redes sociais, mas pela família da criança que foi exposta. "Fiquei chateado, não pelo que falaram, porque era um bando de imbecis, boçais, pessoas pelas quais não tenho o menor respeito. Fiquei chateado pela família da criança, da vítima, porque eles tiveram que passar por isso. Fiquei magoado pela família, não queria ter incluído essas pessoas numa coisa dessas".

Em março de 2020, Drauzio Varella abraçou uma detenta ao visitar presídio em São Paula para uma reportagem do Fantástico. A detenta havia sido presa por estuprar e matar um menino de 9 anos. Na época, a Globo e o médico se desculparam publicamente, mas a família da criança processou Drauzio e a emissora. A ação tramita no Superior Tribunal de Justiça.

Com informações de UOL