Arcebispo de Natal acredita que Conclave pode surpreender na escolha do Papa

28 de Abril 2025 - 15h43
Créditos: Reprodução/YouTube

“Annuntio vobis gaudium magnum: habemus Papam!”. A frase que tradicionalmente abre o anúncio do próximo papa voltará a ecoar pela Praça de São Pedro, no Vaticano, nos próximos dias. Em seguida, o sucessor do Papa Francisco, morto no último dia 21 de abril, irromperá a sacada da Basílica de São Pedro para saudar o público. Ao todo, 133 cardeais — representando 71 países diferentes — participam do processo de escolha do líder máximo da Igreja Católica. A eleição começa no dia 07 de maio. São os cardeais que têm poder de voto e de serem votados. Dentre eles, sete são brasileiros.

Para o arcebispo metropolitano de Natal, Dom João Santos Cardoso, o Conclave (como é chamado o processo de eleição papal) poderá surpreender, a exemplo do que ocorreu na eleição do próprio Papa Francisco. Na eleição de 2013, o cardeal argentino Jorge Bergoglio não constava entre os favoritos para suceder o então papa Bento XVI, que renunciara ao cargo. “Embora existam listas divulgadas pela mídia, expectativas e torcidas de diversos grupos, tanto dentro quanto fora da Igreja, a eleição do Papa nasce de um discernimento coletivo realizado no Colégio Cardinalício, em clima de oração, escuta do Espírito Santo e reflexão sobre os desafios enfrentados pela Igreja no tempo presente”, pontuou o arcebispo.

Após o sepultamento do Papa Francisco, no sábado (26), a Igreja Católica iniciou um período de luto de nove dias, conhecido como “novemdiales”, e este rito antecede o Conclave. Nesta segunda-feira (28), a Congregação Geral do Vaticano definiu a abertura do processo eleitoral para o dia 07 de maio. Ao todo, 252 membros do Colégio dos Cardeais foram convocados para Roma. Destes, apenas 135 estão aptos a votar, pois têm menos de 80 anos. No entanto, dois possíveis eleitores papais já cancelaram presença por motivos de saúde, reduzindo o número para 133.

Os representantes brasileiros no Conclave são: Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília; João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília; Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo; Jaime Spengler, de Porto Alegre, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Sérgio da Rocha, de Salvador; Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro; e Leonardo Steiner, de Manaus. Cinco foram indicados por Francisco.
Conclave seguirá normas tradicionais

Dom João Santos Cardoso ressaltou que o Conclave, embora envolto em recolhimento, não é um evento secreto. Seus princípios e procedimentos estão estabelecidos em documentos públicos da Santa Sé, como a Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis”, promulgada por São João Paulo II em 1996 e atualizada posteriormente por Bento XVI.

Durante a escolha do próximo Sumo Pontífice, os cardeais eleitores permanecem isolados na chamada “zona de Conclave” no Vaticano, sob juramento de segredo absoluto. As votações ocorrem na Capela Sistina e são limitadas a quatro por dia: duas pela manhã e duas à tarde.

Para a eleição, é necessário que o candidato alcance dois terços dos votos. Se forem confirmados 133 eleitores, serão exigidos ao menos 88 votos para a escolha do novo Papa.

Caso não haja consenso após três dias, é realizada uma pausa de 24 horas para oração. Novas pausas podem ocorrer a cada sete votações sem definição. Se, após 34 votações, não houver vencedor, os dois cardeais mais votados disputarão uma rodada final, ainda sob a exigência dos dois terços dos votos.

Os últimos dois Conclaves – que elegeram Bento XVI e Francisco – duraram apenas dois dias. Historicamente, no entanto, algumas eleições já se estenderam por semanas. Um dos episódios mais longos foi no século XIII, quando o Conclave demorou mais de dois anos para eleger o Papa Gregório X.

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