“Começou lá atrás, mas vai terminar”, diz Alckmin sobre fraude no INSS

11 de Maio 2025 - 13h51
Créditos: Cadu Gomes/VPR

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou neste domingo (11/5) que o escândalo dos descontos indevidos contra aposentados do INSS vai acabar “agora”. A declaração foi feita durante a 5ª Feira da Reforma Agrária do MST, em São Paulo.

“Não começou agora. Infelizmente começou lá atrás, mas vai terminar agora. Já foi totalmente suspenso, não tem mais nenhum desconto”, garantiu Alckmin, enquanto o presidente Lula cumpre agenda internacional.

Segundo Alckmin, R$ 298 milhões serão devolvidos já no próximo pagamento. Os lesados podem consultar a devolução pela plataforma Meu INSS. Cerca de 20 milhões de pessoas já foram comunicadas sobre a situação.

O escândalo
O caso veio à tona após reportagens do portal Metrópoles, desde dezembro de 2023, revelarem uma escalada nos descontos de mensalidades a associações suspeitas, que chegaram a R$ 2 bilhões em um ano. As investigações apontam que as entidades fraudavam filiações de segurados para realizar cobranças indevidas.

A apuração resultou na Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU). A operação levou à queda do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Fraudes ligadas ao crédito consignado
As associações investigadas firmaram contratos com empresas de crédito consignado, recebendo comissões por novos associados. Uma auditoria do TCU apontou que os descontos indevidos estavam ligados a momentos próximos de contratação desses empréstimos.

Ao todo, 9 milhões de aposentados foram afetados. A nova gestão do INSS, agora sob comando de Gilberto Waller Júnior, bloqueou temporariamente todos os novos descontos de crédito consignado para evitar novas fraudes.

Vídeo polêmico de Nikolas Ferreira
Na última semana, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) divulgou um vídeo viral alegando que o escândalo do INSS envolve R$ 90 bilhões. A CGU desmentiu o valor, afirmando que esse montante representa o total de crédito consignado anual e que a investigação mira R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos.

A repercussão foi tamanha que a ministra Gleisi Hoffmann (PT) buscou apoio da Febraban para conter os danos, o que a entidade nega ter ocorrido.

 

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