
Partidos ou candidatos de direita venceram em 27 dos 63 países que realizaram eleições nacionais em 2024. A esquerda levou a melhor em 25 nações, mostra levantamento do UOL.
Ligeira vantagem das direitas. Ao todo, 27 países tiveram vitórias de candidatos ou partidos considerados de direita, contra 25 da esquerda. O centro teve cinco vitórias, além de seis países que votaram em partidos ou candidatos independentes, que não foram considerados de nenhum campo ideológico específico.
EUA, Rússia e Índia com a direita; França, Reino Unido e México com a esquerda. O campo conservador ainda foi vitorioso em países como Japão e Áustria, enquanto os progressistas levaram a melhor em Coreia do Sul e Uruguai.
Doze países caminharam para o campo ideológico da esquerda, enquanto dez viraram à direita. Na França, a coalizão liderada pela esquerda surpreendeu e conquistou maioria no parlamento. No Reino Unido, os Trabalhistas terão um primeiro-ministro pela primeira vez desde 2010, após hegemonia dos Conservadores. No Uruguai, Yamandú Orsi, pupilo de Pepe Mujica, derrotou o liberal Lacalle Pou. Por outro lado, os Estados Unidos, elegeram Donald Trump, que derrotou a democrata Kamala Harris. A Áustria deu vitória inédita ao Partido da Liberdade, considerado de extrema direita, nas eleições parlamentares. Em Portugal, a coalizão liderada pelo PSD, de centro-direita, foi a mais votada no pleito legislativo, derrotando o PS.
Vitória de Trump tem peso maior, segundo pesquisador. Vinícius Rodrigues Vieira, professor de Relações Internacionais da FAAP (Faculdade Armando Alvares Penteado) e FGV (Fundação Getúlio Vargas), diz que é precisa avaliar a influência das eleições de cada país e destaca as eleições nos EUA.
Se o país que sempre foi considerado um exemplo de democracia liberal optou claramente por um candidato de direita, então é um indício de que não importa se os demais continuaram [com suas ideologias políticas]. Se os Estados Unidos estão ali muito à direita, é sintomático que a democracia liberal está em crise
Vinícius Rodrigues Vieira, professor de Relações Internacionais da FAAP
Ciclo de mudanças é comum. Para o cientista político Carlos Pereira, professor titular da FGV/Ebape, as alternâncias de poder mostram "a maturidade das democracias na esfera global".
"Quando o eleitor não percebe é que as suas demandas foram atingidas ele considera alternativas e essas alternativas normalmente elas são opostas aos inconvenientes que estão no poder", Carlos Pereira, professor titular da FGV/Ebape
Sem mudança em 41 países. Nessas nações, não necessariamente o mesmo partido ou candidato saiu vencedor, mas a mesma corrente ideológica foi a mais votada nos dois últimos pleitos.
Com informações do UOL