Gilmar Mendes, torcedor do Santos, pede vista e suspende caso Robinho

15 de Setembro 2024 - 09h29
Créditos: Andressa Anholete/STF

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes decidiu pedir vista (mais tempo para análise) e assim suspendeu o julgamento de um caso relacionado ao ex-jogador de futebol Robinho. O plenário do STF começou a analisar nesta sexta-feira (13) se manteria a decisão anterior da Corte que autorizou Robinho a cumprir no Brasil a pena de 9 anos para a qual foi condenado na Itália, pelo crime de estupro.

Gilmar, 68 anos, entrou no STF em junho de 2002 e é o ministro decano —o mais antigo com assento no Tribunal. O magistrado é um torcedor apaixonado do Santos Futebol Clube, time no qual Robinho, 40 anos, iniciou sua carreira no esporte.

A análise do caso de Robinho segue até a próxima sexta-feira (20), no chamado plenário virtual. Mesmo com o pedido de vista de Gilmar, os demais magistrados podem seguir votando. Já Gilmar tem um prazo de 90 dias para dizer qual é o seu voto, de acordo a norma do Supremo.

ENTENDA
O julgamento que determinou que Robinho cumprisse pena por estupro no Brasil foi em 20 de março deste ano, no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Isso porque, em 2017, o ex-jogador foi condenado a 9 anos de prisão, na Itália, por um estupro que teria ocorrido em 2013, em uma boate em Milão. À época, ele jogava no Milan.

O julgamento do Tribunal analisou a validação da decisão da justiça italiana, permitindo que o ex-jogador cumpra a pena em território brasileiro. Ou seja, não se tratou de um novo julgamento das ações que tramitaram no exterior, mas, sim, de um exame para verificar se a sentença cumpre os requisitos formais previstos para realizar a homologação.

A Corte também definiu pelo cumprimento imediato em regime fechado da pena de Robinho. Ele foi preso pela PF (Polícia Federal), em Santos, no dia seguinte ao julgamento. Este é um dos pontos questionado pelo habeas corpus.

A defesa do ex-jogador questionou no Supremo a determinação de que Robinho cumprisse a pena de imediato, uma vez que ainda cabia recurso no STJ. Os advogados alegam que ele só poderia ser preso quando os recursos se esgotassem.

Ainda, em outro habeas corpus, julgado em conjunto pelo STF, a defesa de Robinho também afirma que o STJ não teria competência para determinar a execução da pena, ou seja, determinar sua prisão (o que ocorreu ainda em março). No entendimento dos advogados, isso deveria ser competência do juíz de 1ª instância que recebesse o caso.

No entanto, Fux foi negou as argumentações e disse que o STJ agiu dentro da legalidade

Com informações de Poder 360