
Passados 7 dias do início dos ataques criminosos no Rio Grande do Norte, o comércio da segunda maior cidade do Estado já começa a amargar os efeitos da crise.
A reportagem do Portal Mossoró Hoje conversou com o diretor da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Mossoró, Stênio Max, para saber como a onda de crimes tem afetado o comércio no município, visto que serviços importantes como é o transporte coletivo, que leva os clientes e trabalhadores às lojas, estava sem funcionar, tendo sido retomado apenas nesta segunda (20).
Segundo Stênio, o comércio tem sofrido com a crise, tendo o setor de turismo, principalmente os hotéis, sido os mais afetados até então. Diz que somente neste final de semana, um hotel da cidade teve cancelamento de 70 reservas, de um grupo de 20 e outro de 50 turistas que viriam à cidade, mas os ônibus que os trariam, se recusaram a trafegar.
“Já tivemos algumas informações, por exemplo, em Natal, muitos cancelamentos de pacotes na cidade turística, né? É muito ruim pra cidade. Mossoró também, por sua vez, não ficou atrás. Nós temos informações também de uma baixa procura no comércio, uma diminuição, por exemplo, hotéis nesse final de semana com mais de 100 cancelamentos de leitos, apartamentos que foram cancelados na nossa Mossoró, na maioria dos caso, por conta dos ônibus impedidos de viajar ou os donos de locadoras que não quiseram arriscar colocando os ônibus nas estradas, né?”, disse ele.
O diretor do CDL diz que, apesar de ver com preocupação o que vem acontecendo, acredita que as coisas irão melhorar, diante das medidas que vêm sendo tomadas para garantir a retomada da normalidade.
“A gente veio com preocupação, entretanto já chegou um reforço no efetivo policial, tanto em Mossoró como em Natal. Hoje chegou em Natal o ministro da Justiça, Flávio Dino, prometendo ajuda financeira, o que dá um fio de esperança para que esse imbróglio aí não seja mais um problema. Seja resolvido o quanto antes, para que a gente evite tanto perda de vidas, que já aconteceu, como prejuízo para o patrimônio público e também para o patrimônio privado”, reforça.
Na última quinta-feira (16), representantes da Federação das Câmara de Dirigentes Lojistas do Estado esteve reunida com a governadora Fátima Bezerra, bem como com representantes da FeComércio, em Natal.
Na oportunidade, foi sugerido à governadora que solicitasse o apoio das forças armadas, como aconteceu na crise de segurança que ocorreu no RN no ano de 2017, tendo sido debelada na Penitenciária de Alcaçuz.
“Nós também fizemos um pedido ao governador, em virtude dessa semana que desaqueceu o comércio, que já vem sofrendo e agonizando, que fosse prorrogar os impostos, os impostos estaduais que são recolhidos agora. Estamos aguardando a deliberação”, explicou Stênio.
E completou: “o que a gente pede agora é um tempo de união, de unir todos os poderes, todo mundo falar a mesma língua, o Governo Estadual, o Federal e o Municipal, para que essa situação possa, o quanto antes, chegar a um fim, até porque o prejuízo já está posto e realmente existe essa questão da insegurança e, com certeza, do reflexo nas vendas do comércio. Então é importante que se diga que acho que todos agora, trabalhando unidos e em conjunto, nós conseguimos superar esse momento tão difícil para o nosso Estado”.
Com informações do Gazeta do RN