Lula ainda tem risco de sangramento intracraniano e deve repetir exames, dizem médicos

21 de Outubro 2024 - 09h13
Créditos: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula (PT) deverá repetir nas próximas 72 horas novos exames de neuroimagem para se certificar de que não há sangramento ou edema na região atrás do crânio (ociptal), lesionada após escorregar e cair no banheiro.

Segundo médicos ouvidos pela Folha, esse é o protocolo padrão nesses casos. O boletim médico informou que Lula sofreu "ferimento corto-contuso em região ociptal", responsável pela percepção visual, e levou pontos na região atrás da cabeça. Ele foi atendido no Hospital Sírio-Libanês de Brasília e segue sendo acompanhado em casa.

O acidente ocorreu na noite de sábado (19), e ocorreu no momento em que Lula e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, finalizavam os preparativos para a viagem à Rússia, onde participaria da reunião de cúpula do Brics. Por recomendação médica, a viagem foi cancelada.

O neurocirurgião Luiz Severo, especialista em dor, diz que, de acordo com informações disponíveis, o presidente teve um traumatismo cranioencefálico leve. "Ele não teve perda de consciência, não teve outros sinais de alarme, chegou ao hospital consciente e orientado."

Segundo ele, o termo "ferimento corto-contuso", indica também que, além do traumatismo, o presidente sofreu uma contusão cerebral, ou seja, lesão na superfície do encéfalo em que acontece pequenos sangramentos.

"São sangramentos benignos, mas, a partir do momento em que o paciente tem um traumatismo leve e um sangramento intracraniano pequeno, a gente tem que ficar atento para o risco de aumento desse sangramento."

Severo explica que esse risco é maior em pacientes idosos pela própria fragilidade dos tecidos e dos vasos sanguíneos. Lula tem 78 anos. Pessoas que usam anticoagulantes, como o AAS, também podem ter risco de sangramento aumentado. Não há informação se o presidente faz uso desses medicamentos.

Para o neurologista, as primeiras 72 horas são as mais críticas para o risco de edema no cérebro. "A recomendação é repouso, hidratação e monitoramento."

De acordo com o boletim médico, após avaliação da equipe médica, Lula foi orientado a evitar viagem aérea de longa distância, podendo exercer suas demais atividades. Um voo do Brasil até a Rússia, onde será realizado o encontro, pode durar 17 horas.

Com informações de Folha de São Paulo

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