
A indicação da advogada Verônica Abdalla Sterman para ser nova ministra do Superior Tribunal Militar (STM) foi alardeada pelo presidente Lula (PT) como ato de valorização feminina no Dia Internacional de Mulher, celebrado neste sábado (8). Sterman é advogada pessoal de Gleisi Hoffmann, petista que assume nesta segunda-feira (10) a chefe da Secretaria de Relações Insitucionais. Mas sua nomeação não ofusca as preferências masculinas do líder da esquerda que acusava seu antecessor Jair Bolsonaro (PL) de “misoginia”.
O ato que pode levar o STM a ter sua 2ª ministra em 217 anos de existência da Corte Militar veio apenas dez dias depois de o petista demitir a terceira ministra de seu terceiro governo, Nísia Trindade, do Ministério da Saúde; mais uma vez, por pressões de forças políticas hegemonicamente masculinas.
E ocorre menos de um ano após Lula escolher, pela segunda vez no atual mandato, um homem para compor a cúpula da Justiça do Brasil. Primeiro foi Cristiano Zanin, em julho de 2023; depois, Flávio Dino, em janeiro de 2024. Ambos foram escolhidos por Lula, que resistiu a pressões para nomear mulheres e equilibrar os espaços de poder no Brasil.
No STF, prevaleceram os laços pessoais com o petista, que priorizou o vínculo criado com seu ex-advogado Zanin, que havia lhe tirado da prisão e anulado condenações por corrupção; e o laço ideológico e de amizade com Dino, aliado político comunista e ex-ministro da Justiça, neste governo. Em governos anteriores, Lula indicou Cármen Lúcia (2006) e Dias Toffoli (2009).
Diário do Poder