Ministério passa dados de investigação sigilosa dos Laranjas do PSL a Bolsonaro

06 de julho 2019 - 03h38
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Após o Ministério da Justiça ter confirmado que enviou ao presidente Jair Bolsonaro informações sobre a investigação que corre em sigilo de candidaturas de laranjas do PSL, partido do presidente da República, a pasta gerida pelo ministro Sérgio Moro divulgou nota na noite desta sexta-feira (5) dizendo que repassou ao presidente apenas dados que não pudessem comprometer o sigilo das apurações. 

O presidente Bolsonaro havia declarado durante uma entrevista coletiva no dia 28, no Japão, que tinha obtido do ministro da Justiça uma “cópia do que foi investigado pela Polícia Federal”, o que não poderia ser feito, uma vez que a investigação é sigilosa e mesmo que o presidente seja a autoridade maior da nação.

Na terça (2), a pasta comandada pelo ex-juiz Sergio Moro afirmou, em nota enviada à Folha, que Bolsonaro  “foi informado sobre o andamento das investigações em curso”, mas que “as informações repassadas não interferem no trâmite das investigações”.

Em nova nota divulgada nesta sexta (05), a pasta mudou a versão e disse que encaminhou ao presidente informações "divulgadas amplamente na imprensa" sobre a efetivação de prisões de auxiliares do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, um dos investigados no caso. 

"O Ministério da Justiça e Segurança Pública esclarece que foi o próprio presidente da República quem solicitou a apuração rápida da suposta utilização de pessoas interpostas na eleição do PSL em Minas Gerais. Na quarta-feira, após a efetivação das prisões do assessor especial do Ministério do Turismo pela Polícia Federal, o fato foi informado ao ministro da Justiça e da Segurança Publica e ao Presidente", afirma o comunicado mais recente.

"Nenhuma peça ou informação processual que pudesse comprometer o sigilo das investigações ou que já não estivesse amplamente disponível à imprensa foi repassada", acrescentou a pasta.