
O detento condenado por homicídio Freddie Owens, 46, morreu após aplicação de injeção letal na Carolina do Sul (EUA) nesta sexta-feira (20). A morte ocorreu horas depois que um corréu e testemunha, envolvido no caso, declarou que mentiu em depoimento e que o homem não estava no momento do assassinato.
O que aconteceu
Freddie foi condenado pelo assassinato da balconista de uma loja de conveniência na cidade de Greenville, na Carolina do Sul, durante um assalto em 1997. Enquanto aguardava julgamento, o preso matou outro detento em uma cadeia. A morte dele foi a primeira em 13 anos no estado em razão de uma pausa "forçada" do governo por não conseguir obter as substâncias necessárias para a aplicação das injeções letais.
Um médico entrou no recinto e declarou o homem morto pouco mais de 10 minutos depois. O óbito foi confirmado às 18h55 (no horário local; 19h55 no horário de Brasília).
Apelações feitas pela defesa do réu foram negadas até mesmo por um tribunal federal na manhã desta sexta-feira. Na quinta-feira (19), a Suprema Corte da Carolina do Sul negou a solicitação. O governador da Carolina do Sul e o diretor do sistema penitenciário local se manifestaram e afirmaram que o tribunal superior deveria negar a petição do homem.
Governador tinha o poder de mudar a sentença, mas também rejeitou o pedido. Henry McMaster argumentou que havia "revisado cuidadosamente e considerado cuidadosamente" o pedido de clemência do detento.
Lei da Carolina do Sul permite que presos no corredor da morte escolham forma que irão morrer. Entre as opções estão injeção letal, novo pelotão de fuzilamento ou a cadeira elétrica construída em 1912. No caso de Freddie, ele solicitou que o advogado dele escolhesse como ele morreria. O condenado argumentou que a escolha ocorreu por pensar que ele seria cúmplice de sua própria morte e que suas crenças religiosas reprovam o suicídio.
Testemunha mudou versão horas antes de execução
Declaração juramentada de corréu e testemunha foi apresentada pela defesa de Freddie dois dias antes da execução. Steven Golden, também envolvido no crime e cujo depoimento ajudou a condenar o réu, retrocedeu e relatou que o condenado não estava na loja no momento do assalto, contradizendo seu testemunho. Todavia, os promotores declararam que outros amigos do preso e a ex-namorada dele disseram que ele teria se "gabado" por matar a balconista.
Amigo de condenado afirmou que mentiu para não ir para o corredor da morte. Os membros da Suprema Corte apontaram que Steven não tinha advogados para explicar suas declarações recentes no documento e o homem também não indicou quem poderia ter matado a vítima, já que não teria sido Freddie, segundo a sua nova versão.