
O dólar superou a marca de R$ 6,10 em alguns momentos do pregão desta sexta-feira (29). O pessimismo do mercado se deu por causa do anúncio do pacote fiscal, considerado tímido demais para fechar as contas do governo, e porque o presidente Lula voltou a defender a isenção no IR e deixou em segundo plano o corte de gastos.
As declarações do petista sobre a alta do dólar ao longo de 2024 têm gerado reações no mercado financeiro. Relembre algumas delas:
'O mercado sempre precifica desgraça'
"O mercado sempre precifica desgraça, está sempre torcendo para as coisas darem errado", disse Lula, em entrevista ao UOL no dia 26 de junho, criticando a visão pessimista do mercado financeiro.
No mesmo dia, o dólar subiu 1,2%, atingindo R$ 5,51, maior nível até então desde janeiro de 2022. Lula reforçou na ocasião que o governo avaliava os gastos públicos para garantir eficiência, mas rejeitou cortes drásticos, alinhando-se à defesa de políticas sociais.
'Quem aposta em crescimento vai quebrar a cara'
"Eu dei entrevista, acabou, e vi a manchete de colunistas: 'Dólar subiu por causa da entrevista do Lula'. Esses cretinos não perceberam que o dólar subiu 15 minutos antes da entrevista?", disse Lula
em 27 de junho, ao rebater críticas sobre o impacto de suas falas no câmbio.
"Quem estiver apostando em derivativo vai perder dinheiro. Quem aposta no crescimento do dólar e no fracasso do real vai quebrar a cara."
"Em 2008, quem não lembra a quantidade de empresa que quebrou? Quem não lembra da Sadia? As pessoas achavam que iam ganhar dinheiro no fortalecimento do dólar e fracasso do real quebraram a cara, e vão quebrar outra vez."
'Me preocupa essa subida do dólar'
"Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. Há uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real. Não é normal o que está acontecendo. O PIB está crescendo mais que a previsão do mercado, desemprego caindo mais que a previsão do mercado, massa salarial crescendo mais, 87% dos acordos salariais estão com ganho real", disse
Lula, em entrevista à Rádio Sociedade no dia 2 de julho, atribuindo a alta da moeda à especulação financeira.
'Pobre não compra dólar, mas sim comida'
"O povo mais pobre, o povo mais humilde, quando ele tem um pouquinho de dinheiro, ele não compra dólar; ele compra comida. Ele [o pbre compra coisa para a família. É esse País que nós queremos que dê certo. É fazer com que o dinheiro desse país circule. É por isso que a gente aumenta o salário mínimo de acordo com o PIB, porque é normal que, quando o PIB cresça, a gente distribua o PIB entre todo mundo: entre os empresários, entre os trabalhadores, entre os aposentados... Afinal de contas, é o crescimento do país", disse Lula em 16 de julho, em reunião com empresários da indústria de alimentos.
Com informações de UOL