Relatório do STJD vê provas 'imprestáveis' e sugere penalidades a Textor

05 de julho 2024 - 16h55
Créditos: Vitor Silva/Botafogo

O inquérito instaurado pelo STJD para apurar as denúncias de John Textor, dono da SAF do Botafogo, sobre manipulação de resultados foi concluído nesta sexta-feira (5).

O relatório classifica como "imprestáveis" as provas apresentadas pelo empresário. Além disso, sugere pena de R$ 2 milhões e suspensão por 2.340 dias devido ao que foi considerado ilícitos desportivos praticados por Textor contra atletas, clubes e árbitros.

Textor fez a denúncia com base em um relatório de uma empresa de inteligência artificial. Ele afirmou que o jogo entre Palmeiras e São Paulo, em outubro do ano passado, foi manipulado por, ao menos, cinco jogadores do Tricolor.

As denúncias de Textor foram contestadas no STJD. Palmeiras, São Paulo, Associação de atletas e dos árbitros fizeram representações, o que gerou a abertura de inquérito.

O inquérito foi presidido pelo Auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva. Durante a apuração, Textor apresentou o que classificou como "provas irrefutáveis" de manipulação.

Após análise, o auditor concluiu que as provas eram "imprestáveis". Ele fez ainda duras críticas ao que a "Good game" adota como caminho para chegar às conclusões sobre os jogos .

"As alegações de precisão extrema e a capacidade de detectar manipulações e erros de arbitragem de maneira infalível não resistem a um exame rigoroso. Recomenda-se que as autoridades esportivas não dependam de tecnologias dessa natureza e busquem métodos mais confiáveis e transparentes para assegurar lisura e integridade das competições", Trecho do documento.

O relatório contesta a metodologia empregada para chegar a tais resultados. Neste quesito, diversos pontos são citados, como "superdependência de dados quantitativos", "ausência de transparência metodológica", "subjetividade na interpretação", "ausência de validade e confiabilidade", entre outros.

O documento aponta ainda ilícitos contra sete entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros. Além disso, foram constatadas infrações contra a ética desportiva e a motivação pessoal na solicitação da instauração do inquérito.

Na conclusão do relatório, Mauro Marcelo Silva recomendou a aplicação de penalidades de multa e suspensão. Foi indicada uma multa de R$ 2 milhões e suspensão por 2.340 dias, as maiores penas já propostas na história do STJD.

"À luz dos fatos apurados no presente Inquérito pode-se afirmar que o arcabouço probatório é robusto, e demonstra que as infrações desportivas - inclusive criminais - foram graves e devastadoras", Trecho do documento.

Com informações do UOL