A fuga de Felipão

18 de julho 2021 - 06h12
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Somente aqueles mais atentos a detalhes observam que no vasto e vitorioso curriculum de Luiz Felipe Scolari consta uma curiosa passagem pelo Coritiba/PR, em 1990.  Naquele ano, Felipão dirigia a Seleção do Kwait após ter sido campeão gaúcho pelo Grêmio em 1987. Seu amigo Levir Culpi indicou e o clube paranaense fez proposta para repatriá-lo. Ocorre que o time disputava a Série B, com jogadores pouco comprometidos e afundava em direção a terceira divisão do futebol nacional.

“Ele desanimou quando viu a situação. Eram jogadores acostumados a receber o bicho molhado (pagamento do prêmio em dinheiro após o jogo) que não recebiam mais e que queriam deixar o clube, serem negociados”, disse o ex-presidente João Jacob Mehl.

Na sua estreia, perdeu de 2x0 do Juventude, fora de casa. Na segunda partida, também fora, nova derrota, desta feita para o Joinville, por 4x0. No primeiro jogo em casa, a derrota mais uma vez atravessou o seu caminho: 2x0 para o mesmo Juventude.

Ao fim da partida, o treinador atravessou o campo e foi cumprimentar os adversários. E não voltou mais ao vestiário do Coritiba. Quando o pessoal do seu clube foi atrás dele descobriram que Felipão tinha entrado no ônibus do Juventude e voltado de carona para Caxias do Sul.

Não cobrou salário pelas três semanas que treinou o Coritiba, mas também nunca explicou a fuga no ônibus do adversário.

Créditos de imagens e informações para a criação do texto: Guia Politicamente Incorreto do Futebol (Jones Rossi e Leonardo Mendes Júnior)