A medalha para o treinador

06 de Agosto 2021 - 06h57
Créditos:

Em Seul/1988, a seleção olímpica de futebol do Brasil teve uma participação quase impecável. Na fase preliminar foi líder do Grupo D ao vencer as três partidas contra a Nigéria (4x0), Austrália (3x0) e Iugoslávia (2x1). Nas quartas-de-final superou a Argentina por 1x0 e na semifinal, um jogo que foi decidido nos pênaltis e que ficou na história com o goleiro Cláudio Taffarel mostrando ao mundo sua frieza e perícia na hora do chute direto da marca da cal. Após o 1x1 no tempo normal, Taffarel pegou os pênaltis de Jansen, Klissmann e Wuttke e o Brasil venceu por 3x2.

Na final contra a União Soviética, o selecionado brasileiro jogou com dois grandes desfalques: Geovani e Ademir. Do meio de campo original só restou o meia-direta Milton, do Coritiba.

O treinador Carlos Alberto Silva decidiu lançar o time com Andrade (Flamengo), como volante e uma escalação com excelente poderio ofensivo: Milton (Coritiba), Neto (Palmeiras), Careca (Cruzeiro), Romário (Vasco) e Bebeto (Flamengo).

O time começou vencendo por 1x0, gol de Romário, mas tomou a virada e os soviéticos levaram a medalha de ouro. O treinador, resignado com a prata, pedia a compreensão do povo brasileiro:

“Sei que para o Brasil pouco importa o tal espírito olímpico. Mas esses atletas fizeram o que puderam”. 

Na hora da premiação, os jogadores fizeram questão de subir no pódio junto com o treinador e descobriram que só havia medalhas para os atletas. Valdo e Ricardo Gomes estavam inscritos, mas não foram a Seul porque o Benfica não os liberou.  Após receber sua medalha, Bebeto chamou o capitão Geovani e disse que, se alguém merecia aquela medalha, era o técnico Carlos Alberto Silva, fazendo um reconhecimento ao trabalho do treinador. 

Dados de pesquisa: Brasileiros Olímpicos (Lédio Carmona, Jorge Luiz Rodrigues e Tiago Petrik)