Abin afasta servidor e anuncia processo contra jornalistas em caso Flávio

08 de Abril 2021 - 03h39
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O diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Informação), Alexandre Ramagem, informou que um servidor foi afastado sob suspeita de falsear e vazar informações relativas a uma suposta atuação da agência a favor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho 01 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em nota nesta quarta-feira (7), o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, da qual a Abin é subordinada, afirma que há "fortes indícios da participação de um servidor, que falseou a verdade e repassou informações à imprensa".

De acordo com o órgão, que tem status de ministério, as buscas e apreensões foram feitas na Abin, na estação de trabalho do servidor e na casa dele. "Auditoria, realizada na base de dados da Agência, afasta, por completo, qualquer possibilidade de confecção dos relatórios divulgados", diz a nota.

Ramagem e o GSI disseram ainda que estão adotando medidas jurídicas contra os jornalistas que divulgaram reportagens sobre o assunto.

Em 11 de dezembro do ano passado, a revista Época publicou que a Abin produziu relatórios para ajudar a defender Flávio no suposto esquema de "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Em um dos documentos, segundo a revista, a Abin deixou claro o objetivo: "Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB". FB é Flávio Bolsonaro, e Alerj, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Advogados de Flávio querem provar que as investigações do caso das "rachadinhas" foram iniciadas por causa de ações ilegais da Receita Federal —a Abin teria emitido os relatórios para ajudar os advogados a comprovarem isso.

O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro é acusado de liderar um esquema de “rachadinha” em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa, levado a cabo por meio de 12 funcionários fantasmas entre 2007 e 2018, período em que exerceu o mandato de deputado estadual.

Flávio foi denunciado em novembro de 2020 pela Promotoria fluminense sob a acusação dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele nega as acusações.

Com informações de UOL