Avon demite executiva que mantinha idosa em situação análoga à escravidão; veja

27 de Junho 2020 - 03h47
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A Avon anunciou hoje a demissão da executiva Mariah Corazza Üstündag, de 29 anos, após denúncias de violação dos direitos humanos contra uma idosa de 61 anos. A empresa informou ainda que está se mobilizando para prestar acolhimento à vítima.

Segundo informação publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo", Mariah mantinha em sua casa no Alto de Pinheiros, bairro nobre da zona oeste da capital paulista, uma senhora em condições análogas à escravidão. A idosa não identificada trabalhava para a família há 20 anos.

Mariah chegou a ser presa, mas foi liberada depois de pagar fiança no valor de R$ 2.100. O marido dela, Dora Üstündag, de 36 anos, também foi indiciado pela Polícia Civil.

"Com grande pesar, a Avon tomou conhecimento de denúncias de violação dos direitos humanos por um de seus colaboradores. Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética, valores que permeiam nossa história há mais de 130 anos. Informamos que a funcionária não integra mais o quadro de colaboradores da companhia. A Avon está se mobilizando para prestar o acolhimento à vítima", disse a empresa, em nota enviada ao UOL.

O quarto em que a idosa vivia, segundo a procuradora do trabalho Alline Pedrosa Oishi Delena, era uma espécie de depósito e tinha cadeiras, estantes e caixas amontoadas. Um sofá velho era utilizado como cama. Não havia banheiro disponível no local. (Veja foto abaixo).

À Folha, a procuradora disse também que o MPT (Ministério Público do Trabalho) chegou à vítima graças a uma denúncia de trabalho escravo e violação de direitos humanos feita por meio do Disque-100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Avon - Divulgação/Ministério Público do Trabalho - Divulgação/Ministério Público do Trabalho