Créditos: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (21/5), que o então comandante do Exército, general Freire Gomes, ameaçou prender Jair Bolsonaro caso o ex-presidente insistisse em aplicar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e uma minuta de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
Apesar de Freire Gomes já ter negado essa versão anteriormente, Baptista reafirmou, em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), que a frase foi dita: “Se o senhor fizer isso, terei que te prender”. Segundo Baptista, a declaração ocorreu durante reunião no Palácio da Alvorada, entre os dias 1º e 14 de novembro, na presença de outros chefes militares.
O depoimento de Baptista faz parte do processo que investiga o núcleo político da suposta trama golpista, da qual Bolsonaro é apontado como integrante. Segundo o ex-comandante da Aeronáutica, tanto ele quanto Freire Gomes recusaram apoiar o plano apresentado, que incluía impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com Baptista, a Força Aérea Brasileira não admitiria um golpe, e ele se recusou a receber a chamada “minuta do golpe”. A resistência dos comandantes militares teria frustrado parte do plano, embora aliados de Bolsonaro tenham seguido com ações de desinformação e tentativas de deslegitimar o processo eleitoral, culminando nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
