O presidente Jair Bolsonaro (PSL) reagiu à citação de seu nome na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e, em tom irritado e agressivo, fez uma transmissão ao vivo nas suas redes sociais. No vídeo, ataca a TV Globo e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
Bolsonaro negou envolvimento no crime, chamou o Witzel de "inimigo" e ameaçou não renovar a concessão da Globo em 2022.
"Querer me vincular à morte de Marielle? Não vai colar. Não tinha motivo para matar quem quer que seja no Rio de Janeiro. Conheci essa vereadora no dia em que ela foi executada, em 14 de março", disse.
Sobre a Globo: "Vocês vão renovar a concessão em 2022. Não vou persegui-los, mas o processo vai estar limpo. Se o processo não estiver limpo, legal, não tem renovação da concessão de vocês, e de TV nenhuma. Vocês apostaram em me derrubar no primeiro ano e não conseguiram", disse.
Em tom exaltado, Bolsonaro chamou ainda de "patifaria" a cobertura que a emissora faz de seu mandato e disse que é feito um jornalismo "podre" e "canalha". Ele chamou ainda a imprensa de "porca" e "nojenta".
Em relação ao caso Marielle, Bolsonaro afirmou: "O que parece? Ou que o porteiro mentiu, ou que induziram o porteiro a cometer falso testemunho, ou que escreveram algo no inquérito que o porteiro não leu e assinou na confiança. A intenção é sempre a mesma", afirmou.
Segundo o Jornal Nacional, o ex-PM Élcio Queiroz, suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, teria dito na portaria que iria à casa de Jair Bolsonaro, na época deputado federal, no dia do crime. Os registros de presença da Câmara dos Deputados, no entanto, mostram que Bolsonaro estava em Brasília nesse dia.