Bolsonaro: Falam 'Brasil precisa da China', mas a China também precisa da gente

22 de Janeiro 2021 - 12h49
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Em meio a dificuldades para importar insumos para a fabricação de vacinas contra o novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro, em sua live semanal, negou problemas diplomáticos com a China eafirmou que o país asiático também tem interesses no Brasil. A transmissão ao vivo foi realizada nesta quinta-feira (21)

"O pessoal fala 'ah, o Brasil precisa da China'. A China também precisa da gente. Ou tu acha que a China está comprando soja para jogar fora?", questionou.

"A relação entre países, qualquer país do mundo, tem interesse. Não existe amor, pessoal. Não tem amor. Qualquer país do mundo. Acho coisa rara acontecer. Tem interesse. Interesse qual que é? Um comprar, o outro vender. Fazer negócio. E a China, logicamente, tem interesse no Brasil", disse.

As declarações foram feitas ao lado do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que negou crise com a China.

"Tem gente que quer ver uma crise, quer criar invenções onde não existe", declarou o chanceler, que admitiu não ser o interlocutor do Brasil com o país asiático.

"Nosso embaixador em Pequim, na verdade, tem conversado porque é lá que precisa operar para conseguir os insumos da vacina dentro da burocracia chinesa, que é uma coisa normal", afirmou.

"Aqui foi o Pazuello", emendou o presidente, referindo-se ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

A relação entre Ernesto Araújo e a embaixada da China em Brasília está desgastada por causa dos posicionamentos adotados pelo chanceler. A retórica anti-China, no entanto, é adotada  pelo próprio Jair Bolsonaro e pelo filho dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Mesmo assim, o presidente negou crise diplomática com a China e disse que a dificuldade em importar o insumo para produzir CoronaVac no Instituto Butantan, localizado em São Paulo, ocorre devido à burocracia.

"Vamos pegar em números? Os números não mentem. Os números da nossa balança comercial com a China, o que nós vendemos, em especial o agronegócio, de 2019 foram maior que os de 2018. 2020 foi maior que 2019. Não tem nenhum estremecimento com a Índia", disse Bolsonaro que, neste momento falava sobre a China, não Índia.

Fonte: O Tempo