Carta Capital ganha anúncios sob Lula; Jovem Pan perde 99%

07 de Abril 2024 - 07h41
Créditos: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Veículos com linha editorial mais alinhada ao que defende o governo passaram a receber repasses de publicidade federal da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depois de 4 anos sem receber dinheiro sob o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A revista Carta Capital recebeu R$ 1,1 milhão em anúncios em 2023. É mais do que outros jornais ou revistas da mídia tradicional, como O Globo, Estadão ou Folha de S. Paulo. O site Brasil247, também com linha editorial mais alinhada à esquerda, teve R$ 745 mil.

Já a emissora Jovem Pan, editorialmente mais alinhada à direita, teve um recuo de 99% na verba de publicidade. Foi de R$ 6,6 milhões no último ano de Bolsonaro para R$ 90 mil no 1º ano de Lula. Sob o governo de Bolsonaro, o veículo havia aumentado os seus ganhos.

Os dados, corrigidos pela inflação, são de levantamento do Poder360 junto ao Planejamento de Mídia do Sicom (Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal), um base de informações que reúne os pagamentos publicitários do Planalto e ministérios desde 2019.

A reportagem pediu, na noite de 6ª feira (5.abr), um posicionamento à Secom (Secretaria de Comunicação Social) sobre a mudança no padrão de pagamentos publicitários. Até a publicação deste texto, não havia recebido uma resposta.

Em reportagem anterior sobre publicidade federal, a assessoria do órgão enviou nota dizendo que a veiculação segue critérios técnicos e que não comentaria comparativos com o governo anterior.

Também disse na nota que há possíveis distorções na base de dados da Sicom, usada pela reportagem. Para a Secretaria de Comunicação, a interpretação dos dados está errada. Questionada sobre os dados e a interpretação que seriam os corretos, a Secom não os enviou ao Poder360.

Com informações do Poder360