Caso Melhem: MP diz que só haverá investigação se vítimas procurarem a Justiça

05 de Dezembro 2020 - 03h29
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que só poderá ser iniciada uma investigação acerca dos casos de assédio que o diretor Marcius Melhem teria cometido se as vítimas entrarem com representação.

De acordo com os 43 relatos ouvidos pela revista Piauí — sendo 2 vítimas de assédio sexual, 7 de assédio moral e 3 de ambos —, os episódios ocorreram no ambiente de trabalho e fora dele. Entre as vítimas está a atriz Dani Calabresa.

Procurado, o MPRJ disse por meio de nota que "busca acolher todas as vítimas e aguarda o contato das ofendidas". O órgão afirmou também que só poderá ser aberta uma investigação se as vítimas procurem a Justiça, visto que os fatos presentes na reportagem aconteceram antes de 2018.

Em entrevista ao UOL, a advogada Mayra Cotta, que representa seis mulheres que acusam Melhem de assédio, falou ser possível haver uma investigação por parte do Ministério Público. "Todos os crimes sexuais são de ação penal pública incondicionada [sem manifestação das vítimas]. Isso significa que qualquer promotor ou promotora pode instaurar um inquérito para apurar as denúncias, inclusive solicitando a investigação interna da empresa. Então, a gente não sabe o que vai acontecer, mas é uma possibilidade".

Melhem afirmou nesta sexta-feira que entrou com uma ação contra Mayra Cotta para que ela prove na Justiça as denúncias. Ao UOL, Melhem disse ainda que fará uma interpelação judicial a Dani Calabresa, para que a humorista confirme ou desminta relatos de assédio contra ela.

Via Instagram, Dani Calabresa disse que teve que denunciar os assédios para recuperar sua saúde mental. Ela contou que não relatou os casos à imprensa porque não queria ser vista como vítima dos assédios de Marcius Melhem. "Nunca quis ser vista como uma mulher assediada. mas pra recuperar minha saúde precisei me defender", afirmou.

Fonte: UOL