
Enquanto o governo federal não estabelece diretrizes para a retomada das atividades econômicas, quando isso for possível, o Ministério da Saúde organiza a realização de testes e a coleta de dados, que poderão servir para balizar uma tomada de decisão. Em paralelo, pelo menos sete estados já traçam planos para reduzir, ao poucos, as medidas de distanciamento social. A pasta trabalha em três frentes de atuação para melhorar o rastreamento da contaminação em todo o país e auxiliar na construção de um plano sobre as medidas de mobilidade social.
A primeira pesquisa em andamento é um estudo nacional coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e realizado com apoio do instituto Ibope, que vai entrevistar e realizar testes rápidos de detecção de anticorpos de Covid-19 em quase 100 mil pessoas de todos os estados do país, além do Distrito Federal.
Os testes serão feitos em três fases, cada uma separada da outra por um período de duas semanas. Em cada etapa, 33.250 pessoas serão testadas e responderão a um questionário. A primeira deve começar na semana que vem, após o Ibope adquirir os equipamentos de proteção para os 2.600 entrevistadores que farão o levantamento.
Os dados serão coletados em 133 cidades sentinela, termo técnico que define os maiores municípios de regiões intermediárias do Brasil, conforme divisão do IBGE.
— Quando chegar ao domicílio, o entrevistador vai elencar quem mora ali. Haverá um sorteio aleatório e o próprio tablet informa qual pessoa será entrevistada e testada — explica a CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari.— O entrevistador coleta uma gota de sangue e coloca em um aparelho. Se der positivo, vai ter que testar todos os moradores daquele domicílio.
IBGE atuará por telefone
Outra modalidade de pesquisa será feita pelo IBGE: a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua com foco no monitoramento da Covid-19. Pesquisadores do instituto irão entrevistar 200 mil pessoas ao longo de três meses, por telefone. A ideia é entrevistar as mesmas pessoas várias vezes, para saber se elas adoeceram ou não, além de coletar dados socioeconômicos.
O Globo