Corte italiana diz que Robinho teve 'particular desprezo' por vítima de estupro

09 de Março 2021 - 14h35
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A Corte de Apelação de Milão divulgou, nesta terça-feira (9), o teor da sentença contra o jogador brasileiro Robinho, que foi condenado em segunda instância a 9 anos de prisão por violência sexual em grupo, no final do ano passado.

De acordo com o documento, o jogador e "seus cúmplices" manifestaram "um particular desprezo pela vítima que foi brutalmente humilhada".

A corte alegou ainda que houve uma tentativa de "enganar as investigações oferecendo uma versão dos fatos falsa e previamente combinada".

O tribunal também condenou um amigo de Robinho, Ricardo Falco, a 9 anos de prisão.

O caso

O caso ocorreu em janeiro de 2013, quando Robinho defendia o Milan. A sentença considerou a troca de mensagens e escutas em que o jogador fala sobre a noite do crime. 

Em uma mensagem, quando alertado por um amigo sobre a investigação, o atleta respondeu: "Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu".

Segundo a sentença da primeira instância – divulgada em 2017 –, Robinho, Ricardo e mais quatro amigos abusaram sexualmente de uma albanesa de 23 anos dentro de uma casa noturna.

A jovem estaria bêbada "ao ponto de ficar inconsciente" e teve relações sexuais e um momento em não era capaz de resistir.

Ainda cabe recurso na Corte de Cassação. Só então, em caso de condenação definitiva, uma cooperação jurídica internacional pode ser iniciada para que a pena seja cumprida no Brasil.

A defesa de Robinho alegou que houve consenso da mulher no ato sexual. Em 2014, o jogador admitiu em depoimento que houve sexo oral, mas com permissão da garota e sem a participação de mais pessoas.

Em 2020, o atleta se pronunciou sobre o caso em entrevista ao UOL e negou ter cometido o crime, afirmando que teve relação consensual com a mulher que o acusa de violência sexual e se arrepende apenas de ter traído a esposa. El ainda disse: “infelizmente, existe esse movimento feminista”.

Fonte: G1