Dados da Fiocruz apontam circulação de 92 cepas do coronavírus no Brasil

05 de Abril 2021 - 11h37
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Enquanto tenta conter o avanço da covid-19, o Brasil enfrenta um cenário em que há a circulação de 92 cepas do coronavírus no território nacional desde o começo da pandemia.

Entre elas, estão duas variantes que preocupam a Organização Mundial de Saúde (OMS): a amazônica, conhecida como P1, e a surgida no Reino Unido. Ambas são associadas à maior transmissibilidade.

A informação é da plataforma de dados genômicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que mostra resultados de exames gerados pela fundação e os feitos por outras instituições. 

A cepa encontrada em São Paulo, que os especialistas entendem que pode ser uma amostra da variante de preocupação da África do Sul, a B.1.351, ainda não está no sistema. Coordenador da rede Corona-ômica BR, que atua na identificação de fatores associados à dispersão e severidade da pandemia e é vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e, o virologista Fernando Spilki afirma que a principal questão são as mutações das variantes de preocupação. 

 “Temos no mundo mais de mil variantes do coronavírus, e quase 100 delas já circularam no Brasil. Muitas dessas linhagens do início da pandemia tinham poucas diferenças entre si. O que mais preocupa agora é a dispersão da P1, a variante de Manaus, que já se tornou prevalente na maior parte do país. A circulação das linhagens de preocupação também já resulta na formação de novas mutações. Isso já está acontecendo, principalmente em locais onde as medidas de restrição são mais frouxas”, explica.  

O professor de Infectologia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fiocruz, Júlio Croda reitera que, ainda que haja muitas linhagens em circulação, as três variantes de preocupação foram assim batizadas devido a seu impacto epidemiológico e merecem mais atenção agora.

“As outras ainda não se mostraram detentoras de características como essas, com tamanha transmissibilidade. Mas ainda temos baixa cobertura vacinal. Isso reforça a importância do distanciamento, porque, quanto maior a transmissão e o contato, maiores as chances de uma nova mutação se estabelecer”, afirma.

O mapeamento da Fiocruz aponta que a variante amazônica, já prevalente em vários estados,  foi detectada em 21 das 27 unidades da federação. Já a cepa B.1.1.7, britânica, foi identificada em 13.

Fonte: CNN