Defesa de Eduardo Cunha pede suspeição de Moro ao STF por mensagens vazadas

12 de Março 2021 - 03h07
Créditos:

A defesa do ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ) entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com um pedido para que seja reconhecida a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. O pedido tem como base as mensagens vazadas entre Moro e procuradores da Operação Lava Jato. Segundo a defesa de Cunha, elas apontam um "conluio" entre as partes para condenar réus como o ex-deputado.

O habeas corpus com pedido de liminar foi protocolado anteontem, mesmo dia em que a Segunda Turma do STF iniciou a votação do pedido de suspeição de Moro feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim como Cunha, Lula também baseia o pedido nas mensagens obtidas por hackers e que foram apreendidas na Operação Spoofing, da Polícia Federal.

Preso desde 2016 e condenado por Moro no âmbito da Lava Jato no ano seguinte, Cunha pretende que todos os atos praticados pelo ex-juiz no seu processos sejam anulados. A defesa do ex-deputado, que foi presidente da Câmara até ser afastado do cargo pelo STF, alega que "nunca houve um juiz imparcial" no seu caso.

"Como se observa, o juiz Sergio Moro foi responsável pela condução da investigação, recebeu a denúncia em desfavor do paciente, decretou a sua prisão preventiva (vigente até hoje), presidiu todos os atos da instrução processual e prolatou a sentença condenatória contra Eduardo Cunha", diz o documento protocolado na Corte.

Cunha foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva em irregularidades envolvendo a Petrobras, e está preso preventivamente por lavagem de dinheiro e evasão de divisas por supostamente ter recebido propinas em contas mantidas na Suíça.

Desde o início da pandemia, em março do ano passado, Cunha cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica pelo risco de contaminação pelo coronavírus na cadeia.