É fake mensagem que relaciona queda de avião de Marília Mendonça a vacina; entenda

07 de Novembro 2021 - 13h34
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Circula pelas redes sociais uma mensagem que sugere que o piloto do avião da cantora Marília Mendonça sofreu um mal súbito em razão de ter tomado dias antes a vacina contra a Covid-19. É FAKE.

A mensagem falsa tem se espalhado nas redes sociais e em grupos antivacina.

Marília Mendonça, de 26 anos, e mais quatro pessoas morreram na tarde desta sexta-feira (5) após a queda de um avião de pequeno porte perto de uma cachoeira na serra de Caratinga, interior de Minas Gerais. As causas do acidente ainda são investigadas.

Filha do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, Vitoria Dias Medeiros diz ter ficado espantada ao ver a mensagem falsa. "É cada uma. Meu pai tomou a vacina há meses", diz ela ao g1. De acordo com Vitória, Medeiros Junior não teve nenhum efeito adverso relacionado à vacinação nem tinha qualquer problema de saúde. "Nada, nada".

Ainda sob o impacto da morte do pai, no dia do velório dele, ela diz que queria, inclusive, saber quem foi que disseminou tal 'fake news'. "Quero falar com essa pessoinha agora".

Leonardo Weissmann, médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que "é uma grande besteira essa relação que está sendo feita". "Não há descrições de mal súbito com a vacina. Além disso, os efeitos adversos acontecem em até 6 semanas depois que a pessoa se imunizou, não depois de meses", diz.

Mestre em imunologia pela Universidade de São Paulo, doutora em biociências e fisiopatologia pela Universidade Estadual de Maringá e professora titular na Universidade Paulista, Letícia Sarturi deixa claro que a relação alegada na mensagem falsa não existe.

"Primeiro, não têm sido relatados casos de mal súbito após a vacinação, dias após a vacinação, muito menos meses após a vacinação. Porque meses após a vacinação a gente não tem os efeitos inflamatórios da ativação da resposta imune que podem resultar em problemas cardiovasculares. Então, considerando isso, não tem como associar a vacinação a mal súbito. Essa é a primeira coisa", afirma.

Fonte: G1