
As lembranças da infância fizeram parte da entrevista de Dilma Rousseff (PT) no Mano a Mano na madrugada desta quinta-feira (28). No podcast, a ex-presidente falou sobre o pai, a mãe, religiosidade e o início de sua trajetória política.
Em uma conversa em que chamou Mano Brown de querido, queridinho, meu filho e meu amor, a ex-presidente contou que, na infância, tentou dividir uma nota de dinheiro com um menino pobre que apareceu no portão de sua casa, no bairro Funcionários, em Belo Horizonte.
O menino pediu comida, os dois conversaram e Dilma decidiu rasgar a nota para dividir e cada um ficar com uma metade. "O meu pai riu e achou lindo. Minha mãe dizia: essa menina é boba".
"Eu tinha um sentimento forte pelas pessoas pobres", revelou.
A ex-presidente contou que cresceu em um bairro de classe média que tinha casas com varandas, árvores nas ruas e escola pública de qualidade. "A gente achava que colégio privado era PPP (papai paga e passa)", contou.
A entrevista teve temas como impeachment, racismo, misoginia e a necessidade de investir na educação e adotar políticas compensatórias no país.
Dilma afirmou que não tem a pretensão de disputar eleições.
"Não quero compromisso eleitoral porque quero falar as coisas que acredito", disse. Apesar disso, afirmou que tem disposição de participar da vida pública de outras maneiras. "A bola corre, eu participo, posso ajudar de várias formas".
Ela retrucou quando Mano Brown afirmou que ainda é nova. "Não tô nova não. Uma pessoa de 74 anos é tudo, menos nova. Estou naquela fase em que a descida é descida mesmo, viu meu filho. Não me engano não", respondeu.
No final da entrevista, revelou o principal medo que sente hoje em dia: que algo grave aconteça com seus dois netos. "Não vamos nem falar", reagiu Brown.
Com informações da Folha de São Paulo