Especialista orienta sobre retorno aos treinos físicos

28 de Outubro 2020 - 08h09
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Para quem está há muitos meses sem exercícios físicos, por causa da pandemia, a decisão do retorno requer responsabilidade, planejamento e disciplina. Além de verificar se a sua academia está seguindo todos os protocolos de biossegurança, é preciso ter cautela na volta aos treinos.

O consultor da academia Pulse Leônidas Oliveira, que é também professor da UFRN, explica que é preciso progredir paulatinamente no nível das atividades e não adianta querer correr atrás do prejuízo. "Atividade física é como um remédio, por isso a dose é importante", compara.

O excesso de treinamento, conhecido como overtraing, pode desencadear uma queda do quadro imunológico, febre, estresse e inflamação das vias aéreas superiores, dando a sensação de gripe. "Por isso, devemos começar com exercícios de intensidade leve a moderada", afirma o especialista.

Leônidas recomenda um mínimo de 150 minutos semanais de atividades e também uma avaliação médica antes do retorno. "É interessante, se você ficou sedentário por seis, sete meses, verificar como anda o sistema cardiovascular, por exemplo", diz. 

"Se já é fisicamente ativo ou jovem, questionários padrões podem eliminar a necessidade de avaliação médica, considerando que não tenha nenhuma patologia ou faça parte de grupos de risco", complementa o professor.

Sobre os tipos de exercícios físicos mais indicados para quem está voltando, Leônidas afirma que deve ser inerente à vontade de cada um. "Sempre digo que é preciso levar em conta o prazer que a pessoa sente por determinadas atividades", ressalta. "Alguns têm perfil para musculação, outros preferem corrida ou aulas coletivas", completa.

"Procure exercícios que te deem prazer para que não seja um remédio amargo", aconselha o especialista, lembrando também que há uma importante associação entre a saúde mental e a prática de exercícios físicos.

Um estudo nacional bem recente, feito pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com quase mil pessoas, evidenciou a relação direta entre as que praticaram atividade física na pandemia com uma menor incidência de casos de ansiedade e depressão. 

"As pessoas que praticavam mais de 30 minutos de atividade ou 15 minutos de atividade vigorosa por dia ou pelo menos 150 minutos por semana apresentaram menos ansiedade", destaca Leônidas. "As que passavam mais de 10 horas de sedentarismo por dia se apresentaram mais propensos à depressão".