
Centenas de milhares de iranianos foram às ruas de Teerã nesta segunda-feira (6) para o funeral do general Qassem Suleimani, morto por um ataque dos EUA na semana passada.
Em um discurso transmitido pela TV estatal, Zeinab, filha do comandante, disse que a morte de seu pai terá consequências. "A América e o sionismo (referência a Israel) deveriam saber que o martírio do meu pai levará a um despertar no front da resistência e trazer um dia escuro para eles e demolir suas casas. Trump louco, não pense que tudo está terminado com o martírio do meu pai", afirmou.
Suleimani, principal comandante militar iraniano, foi morto por um ataque americano em Bagdá, capital do Iraque, em uma ação que fez escalar drasticamente a tensão na região.
Segundo a polícia, milhões de pessoas participaram dos atos, os maiores no país desde o funeral do aiatolá Ruhollah Khomeini, líder da Revolução Iraniana, em 1989.
O caixão de Suleimani foi envolto pela bandeira iraniana e levado, de mão em mão, sobre as cabeças da multidão em Teerã.
Carregando cartazes com o retrato do general, as pessoas se reuniram nos arredores da Universidade de Teerã, onde o líder supremo Ali Khamenei presidiu as cerimônias e orações pelo general.
Khamenei, que era próximo de Suleimani, chorou durante a tradicional oração que os muçulmanos fazem aos mortos.
Cercado do presidente iraniano, Hassan Rowhani, do presidente do Parlamento Ali Larijani, do chefe da Revolução, general Hossein Salami, e do chefe da Autoridade judicial Ebrahim Raisi, o aiatolá fez uma oração em árabe pouco depois das 9h30 (3h em Brasília), em frente ao caixão de Suleimani.
Folha de S. Paulo