Gabbardo: ação federal ajudaria a conter variante 'galopante' do vírus

04 de Março 2021 - 15h08
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O coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, João Gabbardo, defendeu nesta quinta-feira (4) o lockdown e afirmou que ações do governo federal poderiam ajudar a conter variantes do novo coronavírus no país. A declaração foi dada em entrevista ao UOL.

"A importância [de um lockdown nacional] é absoluta. Acho que os estados sozinhos não vão conseguir enfrentar a covid-19 de forma adequada por dois motivos: determinados ações só poderiam ser implementadas pelo governo federal para nos dar apoio. Por exemplo, a questão dos aeroportos. Ninguém tem dúvida que a transmissão dessa nova cepa do vírus está ocorrendo de forma galopante através do transporte aéreo. Seria fundamental que nós tivéssemos pelo menos uma redução na possibilidade desse vírus estar saindo de um lugar para outro", afirmou Gabbardo.

"O segundo [motivo] é que é importante ter uma comunicação única. O presidente tem uma turma de seguidores, sei lá, 30% da população brasileira, que são muito organizados nas redes sociais. Então, enquanto o presidente ficar tendo esse tipo de reação, dizendo que é frescura, mimimi, ele incentiva todo esse pessoal a criar uma contra informação".

De acordo com Gabbardo, desinformação dificulta o papel dos gestores."Tem uma parcela da população que recebe informações divergentes, cria polêmica, conflitos de informação. Veja bem, em nenhum outro país do mundo isso acontece. O governo federal minimiza os efeitos da pandemia, é negacionista", disse. "Ontem, o presidente disse que não ia brigar com governadores, que quem precisasse de recursos ele ia conversar, hoje já caiu na realidade novamente".

Ele fez ainda uma avaliação do momento da pandemia no Brasil. "Esses números são assustadores, mas isso não surpreende porque estamos tendo uma pandemia que, neste momento, está ocorrendo simultaneamente em todo o país, em todos os estados", declarou. "Prever que isso vai melhorar nos próximos dias é difícil, a expectativa é que possa piorar nas próximas semanas. Com as restrições que os estados estão implementando agora, é possível que a gente tenha uma melhora, mas daqui duas ou três semanas. Não vai ser imediato", continuouo coordenador.

Fonte: UOL