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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações divulgou nesta sexta-feira (26) que protocolou junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quinta (25) um pedido para início dos testes clínicos em humanos de uma nova vacina contra covid-19 desenvolvida no Brasil, a Versamune-CoV-2FC.
O potencial imunizante é fruto de uma pesquisa financiada pelo ministério e coordenada pelo pesquisador Célio Lopes Silva, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a empresa brasileira Farmacore e a PDS Biotechnology.
A divulgação foi realizada horas após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciar, na manhã desta sexta, uma vacina totalmente desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan.
Segundo o comunicado, a Versamune teve bons resultados em testes com animais. "Os resultados dos estudos não-clínicos [toxicidade e imunogenicidade] obtidos até o momento demonstram qualidade e competitividade para ser um sucesso nacional e global no controle da Covid-19", diz. "A vacina demonstrou capacidade de ativar todo o sistema imunológico – imunidade humoral, celular e inata, induzir memória imunológica e proteção de longo prazo".
No começo do mês, o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, citou a Versamune como uma das iniciativas brasileiras promissoras apoiadas pela agência.
Diversos locais de pesquisa e desenvolvimento nos Estados Unidos e no Brasil serão utilizados para progredir no desenvolvimento clínico do imunizante, de acordo com as empresas parceiras do desenvolvimento. "A Farmacore liderará os esforços regulatórios e de ensaios clínicos no Brasil, enquanto a PDS Biotech continuará a contribuir com conhecimento científico e suporte operacional", disse a nota.
A vacina usa uma proteína recombinante do novo coronavírus, baseada em uma plataforma desenvolvida pela PDS chamada de Versamune, que ativa células-T, de função imunológica.
Segundo o Ministério da Saúde, há 17 estudos pré-clínicos de vacinas contra covid-19 em andamento no Brasil.
Duas vacinas do Brasil
Em pronunciamento nesta tarde, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, afirmou que o anúncio do governo tem relação com a Butanvac, divulgada mais cedo.
"No meu ponto de vista, não tem nada a ver uma coisa com a outra, um fato com o outro. Temos trabalhado nisso e tenho anunciado a sequência dos trabalhos há um certo tempo. Eu estava nessa expectativa para esse anúncio, foi uma coincidência", disse, acrescentando ainda que o momento pede "várias vacinas nacionais".
"É extremamente importante o desenvolvimento de vacinas nacionais, podemos adaptar com a nossa tecnologia que fica mais barato. O desenvolvimento ajuda outras vacinas também", completou.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também se manifestou. "O importante é vacinar a população brasileira. O Brasil já tem mais de 500 milhões de doses acertadas. Ainda não vacinamos como queremos e nos comprometemos que, em abril, teremos um milhão de doses aplicadas por dia", disse.
"Também queremos que haja parcerias com a iniciativa privada e com universidades para que consigamos ampliar as pesquisas no Brasil. Esse cenário pandêmico trouxe a possibilidade das pessoas entenderem a importância das pesquisas clínicas, isso gerou publicações em revistas de alto impacto. Essa agenda é uma agenda de Estado estratégica e que deve ser estimulada".
Fonte: CNN
