
Hóspedes do Catussaba Resort Hotel, situado entre as praias de Itapuã e Stella Maris, em Salvador, afirmam estar assustados com a morte do turista cearense Victor Gutemberg Bezerra Ramos, 29, assassinado com quatro tiros na manhã de quinta-feira (25) enquanto tomava sol em uma área verde próximo à piscina. O caso é investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
No local, entre os cerca de 30 hóspedes que tomavam sol e banho de mar, alguns visitantes da capital baiana relataram que não pretendiam mais retornar para estadias no Catussaba.
Foi o que disse um casal de turistas pernambucanos que desembarcou na cidade no domingo (20) para passar uma semana. Sem se identificar, o homem e a mulher contaram ter presenciado a cena do homicídio momentos após tomarem café.
"Foi uma coisa horrível. Primeiro ouvimos os tiros, todo mundo começou a correr. Depois, quando o cara [o autor dos disparos] saiu pela praia, a gente viu o rapaz todo ensanguentado no chão. O Samu veio, mas infelizmente não o salvou. Foi uma coisa assustadora, muito chocante", narrou o hóspede. Apesar do susto, os dois não pretendem voltar para casa antes do planejado, como chegaram a cogitar. "Já estamos aqui mesmo. Vamos ficar".
Sob um sombreiro do resort, uma aposentada de Curitiba (PR) afirmou que só tomou coragem para descer do quarto após cogitar que, pelas circunstâncias do crime, provavelmente se trate de um "fato isolado". "É difícil acreditar que o assassino tenha escolhido o rapaz de forma aleatória e atirado quatro vezes. Mas é a polícia quem vai confirmar isso".
A reportagem de UOL observou que ao menos três funcionários em uma guarita faziam o controle de quem entrava e saía do hotel em direção à faixa de areia. Para esse deslocamento é preciso usar uma pulseira, segundo uma turista que disse ter percebido uma cobrança mais rígida do acessório depois do episódio. "Cheguei aqui na terça-feira, mas só hoje está tendo essa cobrança".
Comerciantes que trabalhavam na região afirmam que o movimento de clientes foi normal durante a manhã e tarde de sexta. "Graças a Deus não afetou em nada. A gente lamenta por uma vida perdida, mas a gente que está vivo precisa trabalhar".
Procurada hoje pelo UOL, a Polícia Civil não forneceu novas informações sobre a investigação do caso. O laudo da perícia feita no local do crime deve ser concluído e divulgado em até 30 dias. Imagens de câmeras de segurança auxiliarão nos trabalhos de apuração.
Com informações de UOL