
Israel lançou um ataque contra o Irã na madrugada desta sexta-feira (13) (horário local, noite de quinta-feira, 12, no Brasil). As explosões foram ouvidas na capital iraniana, Teerã.
O Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que caças foram enviados ao Irã durante o ataque. Segundo os relatos da mídia estatal iraniana, moradores de Teerã acordaram com o som da explosão. Não houve nenhuma informação imediata sobre o que foi atingido.
As tensões entre os dois países voltou a aumentar há semanas, e há alguns dias especulava-se que Israel realizaria um ataque ao Irã. Esperava-se que o ataque provocasse retaliação do Irã, provavelmente envolvendo uma grande barragem de mísseis balísticos comparável à que o país disparou durante tensões semelhantes no ano passado.
Katz acrescentou que uma “situação especial” foi instaurada em Israel devido aos riscos de retaliação. Ele afirmou que as escolas do país seriam fechadas na sexta-feira.
O ataque ocorreu enquanto os Estados Unidos lideravam esforços para negociar um acordo com Teerã que limitaria a capacidade do Irã de produzir armas nucleares e um dia após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão de vigilância nuclear da ONU, censurar o Irã por não cumprir com suas obrigações de não proliferação nuclear.
Ataque esperado
O ataque não foi uma surpresa. O governo israelense danificou o sistema de defesa aérea iraniano durante seus ataques ao Irã no ano passado e planejou durante meses aproveitar a fragilidade de Teerã para realizar novos ataques.
Prevendo uma escalada regional, os EUA retiraram diplomatas do Iraque na quarta-feira, 11, e autorizaram a saída voluntária de familiares de soldados americanos destacados em outras partes do Oriente Médio. Uma agência do governo britânico também alertou na quarta-feira sobre uma escalada que poderia representar maiores riscos para navios no Golfo Pérsico.
O ataque foi um dos movimentos mais descarados em uma luta de décadas entre Israel e Irã que, até o ano passado, costumava ser conduzida por meio de operações secretas e não declaradas.
Durante anos, o Irã financiou milícias regionais que se opõem à existência de Israel e realizou ataques clandestinos contra a infraestrutura e os interesses israelenses. Israel, que se acredita ser a única nação do Oriente Médio com armas nucleares, vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça existencial e há muito tempo realiza seus próprios ataques secretos contra o programa nuclear, cientistas e outras infraestruturas iranianas.
Com informações de Estadão