Lula se arrependeu de não ter impedido reeleição de Dilma, diz Cunha em livro

16 de Abril 2021 - 14h26
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Eduardo Cunha diz em seu livro “Tchau, Querida: O Diário do Impeachment”, cujo lançamento oficial será amanhã (17), que Lula se arrependeu de não ter impedido a reeleição de Dilma Rousseff e que tinha “verdadeiro pavor” do braço-direito dela na Presidência, José Eduardo Cardozo.

“Às vésperas da votação da abertura do processo de impeachment na Câmara, tive uma longa conversa com Lula, na residência de Joesley Batista, em São Paulo. Na ocasião, Lula tentou que eu revertesse a situação do impeachment. Ele ouviu de mim que, naquele momento, isso seria impossível, mesmo que eu quisesse”, diz trecho do livro.

“Lula, em um acesso quase de desespero, com a voz embargada de um choro contido, me disse que o grande erro dele foi não tê-la impedido de disputar a reeleição e ter sido ele o candidato. Respondi que sim, que ele deveria ter sido o candidato. Teria sido facilmente eleito e não haveria impeachment em um governo seu, porque ele era da política e jamais deixaria a situação chegar ao ponto que chegou. Lula concordou comigo".

Em outro trecho, o ex-presidente da Câmara, afirma que a conversa “foi cheia de bons momentos, com Lula sempre bem-humorado, bebendo e beliscando os salgadinhos que Joesley buscava”. Cunha conclui que “Dilma, com sua ambição, além de se enterrar, foi a coveira do PT”.

A filha de Eduardo Cunha, Danielle Dytz da Cunha, que ajudou na elaboração do livro, corroborou a versão e disse a O Antagonista que “o maior golpe foi dado pela Dilma, a partir do momento em que Lula quis disputar a eleição e ela não deixou”. “Depois de reeleita, ela isolou todo o quadro político de Lula e formou com Cardozo uma dupla dinâmica”.

Fonte: O Antagonista