MP diz que Estado fraudava número de vagas de UTI para evitar isolamento

26 de Janeiro 2021 - 10h06
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O governo de Rondônia incluiu leitos clínicos e de UTI (unidades de terapia intensiva) inativos em relatórios diários de ocupação de hospitais com pacientes com covid-19 durante os meses de dezembro e janeiro.

O objetivo teria sido o de evitar que o estado decretasse medidas de isolamento social mais rígidas no combate à pandemia de covid-19. Hoje, Porto Velho enfrenta um colapso na saúde pública pelo excesso de casos e precisa transferir pacientes por falta de vagas em unidades.

A denúncia foi feita pelo MP (Ministério Público) estadual, que inicia hoje um inquérito civil público para aprofundar as investigações e apontar os responsáveis pela inclusão dos números nos documentos.

O portal UOL procurou ontem, no fim da tarde, o governo de Rondônia para que se posicionasse sobre a apuração, mas até o momento não obteve retorno.

Os dados incluídos nos relatórios se referem a 30 leitos de UTI e 23 clínicos do Hospital de Campanha da Zona Leste, que foi desativado em 14 de outubro, ao fim da primeira fase da pandemia. No local, hoje, até existem camas e equipamentos, mas não há médicos para abrir os leitos aos pacientes.

Para poder camuflar os dados do relatório eles continuavam lançando esses leitos, mesmo estando inativos. E não só estavam inativos, como não havia nem sequer a possibilidade de ativá-los a qualquer momento por absoluta falta de profissionais médicos.", disse Geraldo Henrique Guimarães, promotor e coordenador estadual da força tarefa da covid19 do MP-RO.

Em vídeo divulgado ontem pela assessoria de imprensa, o secretário de Estado da Saúde, Fabrício Máximo, confirma —sem citar local— que possui leitos que não podem ser operados por falta de profissionais. "Seguimos aguardando médicos, porque temos leitos de UTI prontos com todos os equipamentos e demais profissionais aguardando somente os médicos", afirma.

Com informações de UOL