Mulheres da saúde protestam nas ruas contra reforma da Previdência de Fátima

11 de Março 2020 - 03h40
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As mulheres da saúde começaram a segunda-feira (9),  Dia de Luta da Mulher Trabalhadora, com assembleia sobre a reforma da Previdência estadual do governo Fátima Bezerra (PT/PCdoB) e seus impactos sobre a vida das mulheres. Foi aprovado também o calendário de atividades para março.

A Advogada do Sindsaúde, Adonyara Azevedo, fez uma retomada histórica sobre a origem da opressão às mulheres e explicou os principais pontos da reforma. Além da violência física e moral, as mulheres trabalhadoras são alvo também de violência institucional. Todos os governos atacaram as mulheres. Durante o governo Lula (PT) foi gasto apenas R$ 200 milhões no combate à violência às mulheres. Esse valor representa um gasto médio anula de R$ 4.637 por município ou R$ 0, 26 por mulher.

Durante o governo Dilma (PT), os investimentos em políticas contra a violência caíram 40%. No governo Temer (PMDB), vice de Dilma, o corte foi de 52% em 2017. E o governo Bolsonaro (sem partido) reduziu a zero os investimentos em políticas de atenção às vítimas de violência.

"A reforma da Previdência de Fátima é mais um exemplo da violência institucional. Ela ataca principalmente as mulheres trabalhadoras. Entre os pontos mais cruéis estão: aumento das alíquotas para  as trabalhadoras que ganham menos, taxação das aposentadas, aumento de 5 anos na idade mínima, diminuição do valor da pensão por morte, mudanças na média aritmética e diminuição do benefício, e a retirada do direito à aposentadoria especial por atividade insalubre. O governo não tem a obrigação legal de apresentar essa reforma", diz o Sindsaúde-RN.

As servidoras e servidores aprovaram a participação da categoria no Dia Nacional de Lutas e Paralisações, no próximo dia 18, no Midway, às 15h. No dia 25 haverá nova assembleia do estado, às 9h, para discutir a reforma da Previdência, campanha salarial, os atrasados e ações jurídicas.

À tarde, elas foram às ruas contra a violência machista, a reforma da Previdência de Fátima, contra Bolsonaro e Mourão e em defesa das liberdades democráticas. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, as mulheres trabalhadoras mostraram que estão na vanguarda das lutas e que não aceitam ataques de nenhum governo.

A diretora do Sindsaúde  e militante do Movimento Mulheres em Luta, Kelly Jane, em sua fala no ato, reforçou a necessidade de lutarmos contra todo tipo de opressão e exploração e que nossos direitos não se resolvem nos parlamentos ou com eleições, mas sim nas ruas e nas lutas. “Tudo que temos hoje foi conquistado com muita luta. Nada nos foi dado de graça! Não podemos deixar que calem nossas vozes! Basta de machismo e exploração!”, exclamou.