
A mais nova reportagem publicada pelo portal The Intercept nesta terça-feira (18) mistura diálogos ocorridos em novembro de 2015, junho de 2016 e abril de 2017. E, mesmo assim, tenta fazer uma ligação entre todas as conversas vazadas. Além disso, a notícia também publicou parte dos diálogos fora de ordem, o que pode atrapalhar o entendimento de seu conteúdo.
Em ordem, a suposta conversa entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador Dallagnol, sobre a investigação envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no dia 13 de abril de 2017, ocorre dessa forma:
Moro – 09:07:39 – Tem alguma coisa mesmo seria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco?
Moro – 09:08:18 – Caixa 2 de 96?
Dallagnol – 10:50:42 – Em pp sim, o que tem é mto fraco
Moro – 11:35:19 – Não estaria mais do que prescrito?
Diante da pergunta do juiz, Dallagnol entra em contato com o grupo da PGR em Brasília. Quem responde é o procurador Sergio Bruno, integrante da equipe de Rodrigo Janot.
Dallagnol – 11:42:54 – Caros o fato do FHC é só caixa 2 de 96? Não tá prescrito? Teve inquérito?
Sergio Bruno Mpdft – 11:51:25 – Mandado pra SP
Sergio Bruno Mpdft – 11:51:44 – Não analisamos prescrição
Dallagnol – 13:26:11 –
Na sequência, o coordenador da força-tarefa no Paraná responde a Moro, repassando a informação da PGR e ironizando a decisão de Brasília – quem acompanhou a Lava Jato sabe dos atritos entre as equipes de Janot e Dallagnol.
Dallagnol – 13:26:42 – Foi enviado pra SP sem se analisar prescrição
Dallagnol – 13:27:27 – Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade
Moro – 13:52:51 – Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante.
Em outro trecho, para afirmar que a inclusão do PSDB na Lava Jato era importante para os procuradores, o The Intercept usa uma conversa de 17 de novembro de 2015, do procurador Roberson Pozzobon em um grupo do Telegram, onde ele sugeria investigar os institutos Lula e FHC no mesmo procedimento. "Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse vies partidário", disse.
Já a conversa de 2016 que a reportagem divulga também mostraria a preocupação dos procuradores com a imparcialidade da Lava Jato. Neste caso, o diálogo envolve denúncias em relação ao filho de FHC, e também conta com a participação de Dallagnol.
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