Nova fase da Lava Jato mira Sistema S e advogados de Lula e Bolsonaro

09 de Setembro 2020 - 06h23
Créditos:

Em mais uma fase da operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira (9) mandados de busca e apreensão em endereços ligados a suspeitos de tráfico de influência no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal de Contas da União (TCU). A operação, chamada de "E$quema S" investiga o desvio de R$ 151 milhões das seções fluminenses do Sesc, Senac, e Fecomercio – entidades que operam com recursos públicos federais.

As buscas, que ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, se basearam na delação premiada de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomercio no Rio de Janeiro, e que teve sua delação homologada na semana passada pelo juiz Marcelo Bretas. Um dos endereços alvos da ação policial é o escritório Teixeira, Martins Advogados, responsáveis pela defesa do ex-presidente Lula na própria Lava Jato.

Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, sócios do escritório, estariam diretamente envolvidos no esquema de influência, segundo a delação feita por Diniz. Outra banca citada por Diniz é o de Frederick Wassef, advogado da família do presidente da República Jair Bolsonaro, também alvo de busca e apreensão nesta quarta-feira.

A investigação concluiu que o grupo criminoso produzia contratos falsos entre estes escritórios de advocacia e o sistema S, em troca de facilidades no Conselho Nacional do Sesc Nacional, no TCU e no STJ. Em dois momentos da delação, é citado o nome do ex-ministro do STJ César Asfor Rocha, que hoje atua como advogado.

O MPF apresentou denúncia contra 11 pessoas por organização criminosa – além de Diniz, Teixeira e Zanin, a lista conta com Ana Tereza Basílio, responsável pela defesa de Wilson Witzel no impeachment movido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro; de Eduardo Martins, filho do atual presidente do STJ Humberto Martins; e pelo ex-governador do Rio Sergio Cabral e sua esposa, Adriana Ancelmo.