"O governo pode deixar de pagar nossos salários e nós não podemos fazer nada?"

19 de Março 2019 - 09h51
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Atual diretora do Sindsaúde-RN, Vanessa Cabral critica a decisão do governo Fátima Bezerra (PT), que entrou na Justiça para tentar encerrar o movimento grevista no setor. Para a representante da entidade, essa medida é antidemocrática e afeta diretamente os direitos dos trabalhadores. “Quer dizer que o governo pode deixar de pagar nossos salários e nós não podemos fazer nada?”, questiona Vanessa sobre a falta de pagamento dos salários de novembro, dezembro e do 13° salário de 2017 e 2018.

Devido a atrasos nas folhas de pagamento, milhares de servidores públicos do estado estão passando por muitas dificuldades financeiras, acumulando dívidas nos bancos, atrasando contas, e deixando até de se alimentar e pagar transporte até o local de trabalho. A decisão gerou revolta na categoria e nos diretores do Sindicato. O enfermeiro e também coordenador do Sindsaúde, Breno Abbot, destaca a impopularidade das ações do Governo de Fátima Bezerra: “Esse documento é inadmissível, nós não podemos aceitar de forma nenhuma essa atitude desse governo, que diz que é popular, impedir a categoria da saúde de fazer greve”, afirma.

Para os governos, infelizmente, a justiça age de forma muito rápida. A decisão foi publicada no dia primeiro de março, véspera do carnaval, e o Sindicato já foi comunicado. Diferente de ações que representam os trabalhadores e demoram anos para serem cumpridas. O Sindsaúde-RN já recorreu da decisão e tem até 15 dias úteis para apresentar defesa. “O poder Judiciário, mesmo apontando legalidade da greve da saúde, infelizmente atuou para esvaziar o exercício deste direito para trabalhadores ao atribuir o percentual de 70 por cento”, argumenta Adonyara Azevedo, advogada do Sindsaúde que prestou esclarecimentos à base a respeito da decisão.