
Com a suspensão das aulas presenciais como medida de prevenção à Covid-19 no Rio Grande do Norte, milhares de estudantes e famílias potiguares mudaram a sua forma de interagir com escolas e professores. A pandemia exigiu mais confiança e participação na relação entre eles.
Quem explica o fato é a educadora Irany Xavier de Andrade, que atua na área há mais de 40 anos e é dirigente do Complexo Educacional Contemporâneo. Ela conta que a nova rotina imposta pela interrupção das aulas presenciais fez com que muitas famílias passassem a acompanhar mais de perto os processos de aprendizagem.
Segundo a pesquisa "A situação dos professores no Brasil durante a pandemia", 58% dos docentes afirmaram que a maioria dos pais e responsáveis tem participado das atividades a distância na rede privada. Envolvimento que, segundo ela, deve continuar na retomada.
"O índice revela o interesse das famílias pela educação dos filhos, mesmo numa situação atípica, com desafios de toda ordem. Acreditamos que não haverá recuo quanto a essa prática e que essa presença mais constante será parte da nova realidade", pensa a educadora.
Irany Xavier de Andrade explica também que como o novo coronavírus impôs rápidas mudanças na oferta de aulas, foi preciso fortalecer a segurança das famílias na escola, para que ficassem tranquilas em relação ao cumprimento dos programas ainda que de modo virtual.
"O contexto exigiu que a escola reafirmasse o seu papel e fortaleceu o vínculo entra as famílias e a escola. Esse momento reforça que qualquer saber só faz sentido se estiver ancorado em valores como empatia e solidariedade e se estiver conectado às necessidades reais das pessoas", disse ela sobre os reflexos da pandemia na educação.