PF conclui que palestras de Lula foram legais, mas vê propina em doação

26 de Dezembro 2019 - 15h13
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A Polícia Federal concluiu que as palestras feitas pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva no Brasil e no exterior entre 2011 e 2015 por meio da empresa Lils, aberta por ele para este fim depois que deixou a Presidência no final de 2010, foram legais e aconteceram de fato.

No mesmo relatório, porém, a PF indicia Lula e dirigentes do Instituto Lula, além de Marcelo Odebrecht e do ex-ministro Antonio Palocci, por doações no valor total de R$ 4 milhões feitas pela Odebrecht ao instituto do petista —os valores foram considerados propina, de acordo com as conclusões do inquérito da PF. A defesa de Lula nega.

Em relatório de 130 páginas concluído na segunda-feira (23) o delegado Dante Pegoraro Lemos, da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, analisou as palestras proferidas pelo petista no período citado acima —parte delas foi contratada por empreiteiras envolvidas no escândalo da Lava Jato.

A PF analisou 23 palestras concedidas pelo petista contratadas pelas construtoras Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS e pela Cervejaria Petrópolis, em um total de R$ 9.338.658,75.

"Enfim, a se considerar a missão específica das palestras proferidas pelo ex-presidente da República, não vislumbramos, isoladamente, a configuração de crime", afirma o delegado em seu relatório. "Ressalvamos, contudo, que apurações específicas podem vir a demonstrar que alguma palestra em si ou mesmo serviços adicionais realizados possam configurar a prática de conduta típica.".

Com informações de UOL.