A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que identificou os nomes dos responsáveis pela organização de atos antidemocráticos e ataques à Corte. A PGR agora vai analisar os dados das quebras de sigilo bancário e fiscal para tentar identificar quem financiou esses atos.
A manifestação sigilosa, enviada nesta semana ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, tinha o objetivo de informar o ministro acerca dos próximos passos da investigação. Moraes prorrogou o inquérito dos atos antidemocráticos por mais 90 dias no último dia 9. Os nomes dos alvos identificados pela Procuradoria são mantidos em sigilo.
O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, pediu a Moraes autorização para que seja compartilhado o sigilo bancário de alvos suspeitos. Isso vai possibilitar o aprofundamento para descobrir os financiadores. O assunto ministro está sendo analisado pelo ministro.
A Polícia Federal havia concluído no final do ano as diligências solicitadas inicialmente pela PGR, mas não apontou a ocorrência de crimes envolvendo os atos antidemocráticos. A PGR analisou as provas obtidas na investigação e identificou os responsáveis por manifestações antidemocráticas realizadas em abril e maio de 2020.
Foi descoberto, por exemplo, quem foram os responsáveis pela contratação carros de som utilizados nos atos e outros detalhes da organização dos eventos. A investigação detectou ainda que os mesmos organizadores dos atos também foram responsáveis por um ataque com fogos de artifício contra o STF, também no ano passado, em junho.
O inquérito dos atos antidemocráticos foi aberto em abril de 2020 a pedido da PGR, após diversas manifestações marcadas por pedidos de fechamento do Congresso Nacional e do Supremo, além de ataques à Constituição. A PGR investiga a ocorrência de crimes contra a Lei da Segurança Nacional, entre outros delitos.
A suspeita é de uma ação orquestrada envolvendo políticos, empresários e influenciadores digitais e para impulsionar esses atos.
Fonte: O Globo