
André Luís
Repórter
A potiguar Fernanda Justino recebeu a melhor notícia do ano, a convocação para o Mundial de Flag Football. Ela estará representando não somente o Brasil, mas o Nordeste na disputa do campeonato, que acontecerá na Finlândia entre os dias 25 e 30 de agosto. Fernanda é a primeira atleta de uma equipe nordestina a figurar entre as convocadas para disputar o torneio pela Seleção Brasileira. Dentre as 12 selecionadas, é a única atleta nascida no Nordeste, sendo a segunda nascida na região a ser selecionada para o Mundial.
Fernanda defende o Parnamirim Scorpions desde janeiro do ano passado, atuando na posição de safety e recebedora, função que exerce desde que iniciou a trajetória no Flag Football em 2017. A primeira convocação para a Seleção Brasileira aconteceu no ano seguinte, 2018. Recentemente, neste mês de março, participou do training camp, visando a preparação para a disputa da competição.
“Sensação de que todo o esforço valeu a pena, foram anos de treinos e uma convocação dessa é muito gratificante. Não sei nem explicar o que eu senti ao ouvir meu nome na convocação. Mostrar para quem é daqui que é possível, que no nordeste temos flag de alto nível e inspirar mais meninas a treinar”, conta a atleta.
A defensora destaca as dificuldades durante os treinamentos, principalmente pela falta de um campo fixo para exercer as atividades. Ela cita que em alguns casos, quando não há campo, a alternativa é adaptar os treinos em locais possíveis, como uma quadra, por exemplo. “Venho me preparando há anos e anos, só quem é atleta sabe como a preparação física é difícil e um trabalho duro de longos anos”, disse.
Em relação a investimento e apoio, o cenário de dificuldade persiste, sem haver o custeamento de viagens e hospedagens para os atletas. Neste contexto, Fernanda conta que terá que arrecadar os recursos para conseguir custear as despesas e estar presente no Mundial.
“Quase nada, apoio para um atleta no Brasil é mínimo ou zero, a maioria dos custos é do nosso bolso e isso é tão frustrante. Mas jamais desistirei do meu sonho. Farei rifas, eventos, aulas de dança, o possível para arrecadar grana e conseguir viajar. Já peço desde já a ajuda de todos”, enfatiza Fernanda.
Os Jogos Olímpicos de 2028, sediado em Los Angeles, marcará a estreia do Flag Football como esporte olímpico. Para Fernanda, a tendência é haver o crescimento da modalidade, com olhares diferentes, diante deste cenário de adesão aos Jogos. “Cada vez mais o esporte vem se tornando mais conhecido e quem sabe se profissionalize um dia”, projeta a jogadora.
Na última disputa do Campeonato Mundial da modalidade em 2021, a Seleção Feminina de Flag Football, as Onças, terminou na quarta colocação. Na disputa do bronze, as representantes brasileiras foram superadas pela Áustria.
A Seleção Feminina ocupa atualmente a quinta colocação no ranking mundial, atrás de Áustria, México e Estados Unidos. Já o masculino está na 17ª posição.
Flag Football
O Flag Football é uma variação do futebol americano, mas sem jogadas envolvendo o contato físico. No Flag, os jogadores utilizam cintos ou fitas, presos à cintura ou nos quadris, com bandeiras, e o objetivo consiste em retirar do jogador que tem a posse de bola para parar a jogada, ao invés de derrubá-lo.
No jogo, o time de ataque tem quatro chances para chegar ao meio, saindo da linha de cinco jardas, e mais quatro chances para o touchdown, como ocorre no futebol americano. Após o touchdown, o time atacante pode escolher fazer uma conversão de 1 ou 2 pontos, saindo da linha de cinco ou dez jardas, respectivamente. As partidas ocorrem em dois tempos de 20 minutos.
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