Preso luta com agente e tenta fugir do Walfredo; sindicato relata “pânico”

29 de Novembro 2020 - 08h00
Créditos:

Servidores do Hospital Walfredo Gurgel relataram momentos de “pânico” na tarde deste sábado (28), quando um apenado que estava internado no 4° andar da unidade tentou fugir agredindo um policial penal que o mantinha sob custódia enquanto o agente o conduzia até o banheiro.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde), os dois entraram em luta corporal na frente de todos os internos do hospital e o agente chegou a ter sua arma arremessada pela janela. Ambos se feriram e foram atendidos pela equipe médica do local.

"Socorro, socorro", gritavam os acompanhantes dos pacientes e servidores no momento da luta, segundo o Sindsaúde. Ainda de acordo com o sindicato, essa situação é uma “tragédia anunciada”.

“A falta de segurança é uma realidade que os trabalhadores e pacientes do maior hospital do Rio Grande do Norte convive todos os dias. Hoje não foi diferente, o pânico e o terror tomou conta do ambiente, não bastava a enfermidade e o risco de estar na unidade devido a Covid-19, as pessoas que frequentam o hospital também correm o risco de serem agredidas, feitas de refém e até mesmo mortas pelo descaso do Estado, que não cumpre o dever de destinar no mínimo dois agentes penais por escala, para acompanhar e manter a segurança de todos no hospital”, escreveu o sindicato.

De acordo com informações dos servidores que trabalham no hospital, o 4° andar tem uma enfermaria destinada aos presos que deveria ser resguardada por no mínimo 2 agentes penais por escala, mas isso quase nunca acontece.

"Isso é um absurdo, nunca mandam dois agentes, convivemos com o medo de algo assim acontecer há muito tempo, se ele agrediu uma pessoa treinada, imagina o que poderia ter acontecido a qualquer um de nós", lamenta a técnica de enfermagem da unidade e diretora do Sindsaúde, Socorro Silva.

O Sindsaúde tratou a situação como um “descaso” e repudiou o governo Fátima Bezerra (PT), além de cobrar o cumprimento do dever de disponibilizar no mínimo 2 agentes penais por escala para manter a custódia dos apenados que estão em tratamento no hospital.

“A insegurança dos profissionais da saúde no estado vai além de contrair qualquer doença, infecção ou vírus, todos também correm risco a sua integridade física pela falta de segurança que acomete todas as unidades de saúde do RN”, finaliza o Sindsaúde.