Procurador destaca Lava Jato e delações premiadas: 'Quase R$1 bilhão repatriado'

30 de Agosto 2019 - 06h26
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Nesta quarta-feira (28), o procurador da República Renan Paes Felix participou da Semana Jurídica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com o minicurso “Novas formas de investigação e tecnologia: a inovação nos procedimentos investigatórios”. O delegado da Polícia Federal no RN, Alexandre Pauli, também participou do encontro.

O procurador destacou que o crime organizado evoluiu nas últimas décadas, com a formação de facções e crimes cada vez mais complexos. “Essa realidade exige atuação mais sofisticada dos órgãos investigatórios. A investigação precisou deixar de ser analógica e entrar na era digital”, afirmou. Ele fez um resumo dos principais marcos regulatórios, desde o Código de Processo Penal de 1941 até as leis mais recentes, que tratam de lavagem de dinheiro (Lei 9613/98), coleta de DNA (Lei 12.654/12) e combate a organizações criminosas e colaboração premiada (Lei 12.850/13).

Renan Felix também mencionou iniciativas do MPF na área, como o desenvolvimento do Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias (Simba), hoje utilizado por vários órgãos para uniformizar dados financeiros. “O Simba facilita a identificação de movimentações financeiras atípicas e a apresentação das provas ao juiz”, ressaltou.

Outro destaque foi para a operação Lava Jato, que obteve resultados expressivos: criação de três forças-tarefas, no RJ, SP e PR; R$ 12 bilhões devolvidos aos cofres públicos; quase R$ 1 bilhão repatriado, o que ultrapassa amplamente todos os valores já recuperados pelo Brasil na história. “Isso só foi possível por causa das colaborações premiadas. Para combater os crimes mais complexos, é necessário inovar nas investigações”, defendeu o procurador.

Para exemplificar o impacto das inovações no campo investigativo, ele citou casos de grande repercussão em que o uso da tecnologia foi essencial, como o assassinato de Marielle Franco e várias etapas da Lava Jato.

A discussão com o público presente também levou a observações sobre tendências da inovação investigativa, como as formas contemporâneas de monitoramento, conexão entre sistemas, colaboração entre órgãos e o Big Data – armazenamento e filtragem de grande volume de dados.

Feira de oportunidades e carreira – O MPF também participará da “Conferência Capitólio”, nesta sexta-feira (30), das 15h às 18h, evento de encerramento da Semana Jurídica da UFRN. A feira terá a presença de vários órgãos públicos e instituições privadas, para conversar com os participantes sobre a rotina de trabalho, oportunidades e planejamento de carreira em Direito.