PT recusou filiação de atriz pornô, indica áudio vazado

01 de Maio 2022 - 07h27
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O diretório estadual do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso recusou a filiação de uma atriz pornô. Foi o que revelou um áudio da deputada federal Rosa Neide (PT-MT) vazado na noite deste sábado (30). Na gravação, a parlamentar diz que a filiação de Ester faria o partido ser "chacota nacional". 

A atriz pornô Ester Caroline Henrique Bonometo Pessatto, conhecida como "Tigresa VIP", filiou-se ao diretório municipal de Barão de Melgaço (110 Km de Cuiabá) para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Nas redes sociais, Ester defende Lula para seus seguidores e critica o presidente Jair Bolsonaro.

No áudio vazado, Rosa Neide comenta sobre a filiação da atriz e diz que enviou mensagens para a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, sobre a pré-candidatura de Tigresa. 

"Acabei de receber um vídeo feito por esta moça recém filiada no PT, eu encaminhei agora para a presidenta Gleisi assim como um texto meu como deputada federal de Mato Grosso colocando a situação e a partir de segunda-feira o diretório nacional há de analisar o que nós aqui de Mato Grosso estamos a enfrentar", diz trecho do áudio, que foi gravado há cerca de duas semanas.

A deputada federal também afirmou no áudio que o deputado estadual Valdir Barranco (PT), presidente da sigla em Mato Grosso, tomaria providências sobre a filiação da atriz. 
"Quero comunicar a todos que eu fiz o comunicado porque se é para fazer campanha política sendo chacota para o país não estou disposta, então já enviei para a presidenta e espero que segunda-feira o deputado Valdir Barranco, nosso presidente, possa fazer uma reunião e discutir a questão antes que seja tarde demais", completou a deputada no áudio.

O diretório estadual do PT de Mato Grosso suspendeu a filiação de Ester no dia 22 de Abril. A decisão do diretório foi tomada por 9 votos a 1. Líderes do PT afirmaram que Ester se filiou em Barão de Melgaço sem autorização do diretório do município. O advogado Paulo Lemos, que advoga para Ester, entrou com recurso contra a decisão. O recurso ainda não tem data para ser analisado pelo Diretório Nacional do PT.

Ester afirmou que o áudio vazado é uma situação ainda mais "violenta" do que a sua exclusão do partido e que ela foi retirada do PT por discriminação. A atriz pornô diz que não teve direito de defesa durante o processo que levou à suspensão de sua filiação.

"Quando me deparei com o áudio da deputada Rosa Neide, me senti atacada na minha dignidade, humilhada e marginalizada, porque é claro fui alvo de discriminação, não tendo nada a ver com a justificativa do dirigente estadual, Barranco, de que teria havido falhas formais, o que não ocorreu", afirmou a atriz. 

"Eu continuo acreditando no PT, sei que a responsabilidade foi de meia dúzia de pessoas do Diretório Estadual, após provocação da deputada federal, foram eles que decidiram destituir minha filiação, sem justa causa alguma", completou.

Com informações de UOL