
Academias são espaços compartilhados por muita gente, com aparelhos, bebedouros e vestiários sendo usados por centenas de pessoas todos os dias. Mas, em meio aos treinos, você já parou para pensar nas doenças que podem ser transmitidas nesse ambiente?
Segundo os infectologistas Rosana Ritchmann, do laboratório Delboni, em São Paulo, e André Bon, do Exame Medicina Diagnóstica, o risco existe — e não é pequeno. As principais ameaças estão ligadas à transmissão de vírus respiratórios e a algumas infecções de pele.
Rosana explica que a combinação de respiração intensa e ventilação precária favorece a disseminação de vírus como o influenza (causador da gripe), coronavírus (Covid-19) e até mesmo a coqueluche.
“Por serem transmitidas por gotículas ou contato direto com secreções respiratórias de pessoas infectadas, é importante que indivíduos com sintomas como tosse, espirros, coriza e febre não frequentem a academia”, orienta o infectologista André Bon.
Como prevenir doenças na academia?
- Tenha sempre um álcool em gel ou use o álcool da academia para higienizar suas mãos.
- Higienize os aparelhos antes de usar, especialmente onde vai apoiar as mãos, incluindo os colchonetes.
- Dê preferência a ambientes bem ventilados.
- Troque a roupa suada assim que possível e, se conseguir, tome um banho após o treino.
- Evite ir à academia se estiver doente para não transmitir infecções a outras pessoas.
Equipamentos e superfícies também oferecem risco
Mas não é só o ar que pode ser uma via de contágio. Aparelhos, colchonetes e superfícies úmidas e mal higienizadas também podem abrigar microrganismos.
“Imagine alguém que tem uma infecção na pele por alguma bactéria ou fungo e acaba usando e contaminando o equipamento. Se outra pessoa usar na sequência sem higienizar as mãos ou o aparelho, pode se auto-inocular”, alerta Rosana.
Segundo Bon, bactérias como Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes podem ser transmitidas dessa forma e causar furúnculos, impetigo ou carbúnculos. O médico lembra ainda que o contato com superfícies contaminadas pode, mais raramente, facilitar a infecção por vírus como HPV, herpes simples e mpox — embora o mais comum seja o contágio direto com a pele de outra pessoa infectada.
Há ainda a possibilidade de transmissão da escabiose, conhecida como sarna, por meio do contato com superfícies contaminadas pelo ácaro causador da doença. Nesse caso, a higiene dos aparelhos e dos colchonetes, a lavagem das roupas de treino e o banho após o exercício reduzem significativamente os riscos.
Apesar de todas essas possibilidades, o infectologista ressalta que as academias são ambientes seguros para a prática de exercícios. O mais importante, segundo ele, é prevenir as formas mais comuns de infecção.
“A principal forma de transmissão nesses ambientes é a respiratória, que pode ser evitada com a restrição de acesso a pessoas sintomáticas, higiene das mãos e adequada desinfecção dos aparelhos”, afirma Bon.
Já para prevenir as infecções de pele, Rosana recomenda evitar o compartilhamento de itens pessoais. “Tudo tem que ser muito individualizado. O ideal é que você tenha seu próprio papel toalha para se enxugar e evitar superfícies contaminadas”, orienta.
Com informações de Metrópoles