Surfista brasileiro, campeão mundial, resolve dar pausa na carreira para cuidar da saúde mental

25 de Janeiro 2022 - 03h55
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O surfista brasileiro, Gabriel Medina, anunciou nesta segunda-feira(24), a decisão de não participar das primeiras etapas do circuito mundial. Medina justificou que o ano de 2021 muito conturbado causou desgaste mental. "Tenho questões emocionais que estou precisando lidar. Venho de meses muito desgastantes. Reconhecer e admitir para mim mesmo que não estou bem vem sendo um processo muito difícil, e optar por tirar um tempo para me cuidar foi talvez a decisão mais difícil que já tomei em toda a minha vida", afirmou em postagem no Instagram.

Medina já enfrentava complexos problemas na vida pessoal quando fez cobrança pública ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) para levar a esposa Yasmin Brunet aos Jogos Olímpicos de Tóquio com uma credencial de oficial técnico. Na época, o público sabia que ele havia rompido a relação profissional com o padrasto e técnico da vida toda Charles Saldanha, que estava brigado com a mãe, mas não que Yasmin passou a ser o alicerce que mantinha Gabriel de pé.

O afastamento do surfista da mãe e do padrasto foi tamanho que Gabriel e o casal entraram em um litígio judicial, com direito a divisão de bens. Medina descobriu que a mãe, que administrava sua carreira e seu dinheiro, tirava quase R$ 300 mil por mês do dinheiro que ele ganhava e havia feito dívidas em nome da empresa deles. Se não podia confiar nela, passou a desconfiar até da sombra.

Paralelamente, revoltou-se contra o fato de a mãe tentar interferir em sua vida amorosa. Ver a mãe mudar-se para a casa ao lado da dele para controlar tudo de mais perto foi, neste caso, a gota d'água. Mãe/padrasto e filho romperam profissionalmente e pessoalmente. O fato de perder o Instituto Gabriel Medina, porque a mãe alegava que o terreno (comprado por Gabriel) estava no nome dela, só aumentou a dor dele.

Até então, Gabriel só precisava se preocupar em surfar. A mãe cuidava do dinheiro, o padrasto da carreira, e até a lista de convidados das festas de aniversário dele eram feitas por Simone. Na viagem de volta do primeiro título mundial, desde o Havaí, a namorada da vez do surfista viajou de classe econômica, enquanto todo o resto da família foi de primeira classe, porque Simone era quem comprava as passagens e ela assim decidiu.

Ao romper com mãe e padrasto, Gabriel passou a gerir sua própria vida. E trocou os pés pelas mãos quando pressionou o COB para levar Yasmin a Tóquio. Ele tinha ótimos argumentos, mas conduziu o processo da forma errada. Ficou, para a opinião pública, que o surfista era um garoto mimado.

Medina não estava feliz indo à sua primeira Olimpíada. Acostumado a estar sempre acompanhado de técnico, família, amigos, segurança, namorada, etc, ele foi ao Japão completamente sozinho, isolado, como se ninguém o apoiasse.

Logo depois dos Jogos, não foi ao Taiti para uma das etapas do circuito mundial porque não havia tomado até então a vacina contra a covid. A razão não era negacionismo, mas preocupação com eventuais efeitos sobre seu treinamento. A atitude rendeu merecidas críticas e mais uma vez expôs Medina ao escrutínio público.

 "É justo que todos vocês que sempre torceram por mim saibam do momento que estou enfrentando. A saúde mental é muito importante", disse :Medina no comunicado.

Com informações de UOL