Suspensão de exportações pelo porto é "desrespeitosa", diz presidente da Fiern

21 de Fevereiro 2019 - 10h19
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A notícia de que as exportações de Natal para a Europa estão suspensas, ao menos durante todo o mês de março, e que foi comunicada para os exportadores através de despachantes, sem qualquer comunicação ou justificativa oficial, preocupa a classe empresarial do Rio Grande do Norte. Com a suspensão das atividades, para o escoamento de mercadorias eles terão de recorrer ao Porto do Pecém, no Ceará, ou ao Porto de Suape, em Pernambuco. Isso aumentará os custos com o transporte dos produtos até esses terminais, além da taxa cobrada para a exportação nesses portos ser mais cara do que a fixada em Natal.

Nesta quinta-feira, 21, o presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, disse que vê com profunda preocupação a informação de que as exportações pelo Porto de Natal foram suspensas pela CMA CGM – único armador a operar no Porto levando cargas para a Europa -, após Operação da Polícia Federal que culminou com a apreensão de 3,2 toneladas de drogas misturadas em cargas de frutas. A CMA CGM, empresa francesa, estaria exigindo, para retomar as operações de embarque, que o porto recebesse um scanner de contêineres, equipamento que custa em torno de R$ 11 milhões.

“Essa decisão unilateral e divulgada de forma pouco clara para todos os envolvidos é desrespeitosa e precisa ser esclarecida urgentemente. Sabemos que a grande maioria dos exportadores do estado que usam o Porto de Natal é de empresas idôneas, que sofrerão os prejuízos de terem que enviar suas cargas para outros portos. Cada escala desses navios leva entre 300 e 500 contêineres para o mercado europeu, principalmente de frutas e de outros produtos também”.

A empresa CMA CGM não fez qualquer pronunciamento oficial sobre tal decisão e a CODERN, que administra o porto, emitiu nota negando ter sido avisada oficialmente da suspensão por quem quer que seja – os exportadores informam ter recebido a notícia através de despachantes, como informou o empresário Luiz Roberto Barcelos, presidente da COEX, segundo o qual, em março, as empresas de fruticultura vão enviar, alternativamente, seus produtos para a Europa via o Porto de Mucuripe, no Ceará. Só em março serão 400 contêineres. A informação também foi recebida pelo presidente do das empresas de reciclagem, o Sindirecicla, empresário Roberto Serquiz, diretor da FIERN.